Título da redação:

Infundada Militância

Proposta: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 12/08/2016

A onda liberal provocada pelos ideais Iluministas após a publicação da Enciclopédia de Diderot e D'Alembert contendo os principais pensamentos do período, foi motivo de grandes impactos geopolíticos ao redor do mundo. Todavia, para adquirir tais ideologias era preciso ser da nobreza, ou no mínimo um burguês com quantidade suficiente de capital. Isso justifica o lento processo de expansão dos ideais iluministas e mesmo depois de um século serem motivo para a Era das Revoluções do século XIX. Em contrapartida, nas conjunturas atuais, com a democratização da internet é possível ter acesso ao conhecimento de forma imediata, basta conectar-se aos principais buscadores disponíveis. Decorrente desse fator, a dinâmica online permite que se ponha a prova o Art.14 da Carta Magna brasileira que consiste na soberania popular e o direito a protestos. Contudo, é notória a falta de organização e pseudoativismo no que se refere ao uso da internet como meio de expansão ideológica. Apesar de ser uma poderosa ferramenta de propagação de ideais, a internet é frequentemente palco de manipulação política para a concretização de objetivos particulares. No Brasil, observou-se no ano de 2016 diversos movimentos pró e anti o governo, até então, atual. Houve, no entanto, um orquestramento político de interesses por trás das mobilizações populares através dos meios de comunicação, primordialmente a internet. Apesar da forte capacidade de dinamismo de ideais, no mundo virtual as informações são facilmente manipuladas para atender a cobiça de cada indivíduo. Paralelamente, a Primavera Árabe de 2010 opõe-se veemente aos protestos brasileiros, visto que consistiu em mobilizações populares totalmente organizadas pela rede social “Facebook” e que resultou na queda de quatro governos ditatoriais do mundo. Além disso, é importante pontuar que o falso ativismo se tornou constante no meio online. O advento da democratização da internet deu voz á população que frequentemente se expressa por meio de suas redes sociais. É notório que os discursos politicamente corretos muitas vezes são usados como forma de aceitação perante aos demais, contudo na prática, observa-se justamente o contrário do exposto no meio online. Seja como forma de chamar atenção ou como instrumento de aceitação de outras pessoas com o mesmo discurso, o pseudoativismo é responsável por diminuir movimentos de caráter autêntico, visto que interfere na genuinidade de uma ideologia. Com a finalidade, portanto, de usar-se a internet de forma a efetivar a soberania popular constatada na Constituição brasileira, é de extrema importância que as instituições de ensino sejam responsáveis por aflorar o senso crítico em seus estudantes, por meio do fomento de debates filosóficos e sociológicos que visem compreender o real motivo de determinadas mobilizações. Ademais, a leitura constante de diferentes fontes de informações é crucial para captar o verdadeiro teor ativista de movimentos populares, para que em redes sociais, tais movimentos não sejam tratados como meras formas de melhoramento de autoestima. Dessa forma, a expressão de Dimenstein “Cidadania de Papel” será contestada, haja vista que será possível exercer a cidadania no meio virtual de forma efetiva, usufruindo dos direitos e conhecendo os deveres propostos pelo código civil.