Título da redação:

Estar on-line não é sinônimo de estar ativo

Tema de redação: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 24/10/2016

Devido à crescente globalização no Brasil, a internet tornou-se cada vez mais popular e promoveu, aos brasileiros, acesso às informações em tempo real. Dada a maior facilidade de troca de pensamentos e posições, os meios de comunicação digitais promoveram o chamado ciberativismo, no qual internautas fazem uso das redes sociais para a defesa de suas causas. Todavia, questiona-se a inércia de tal fenômeno, uma vez que constantemente indivíduos o usam em detrimento de ações mais diretas e significativas. Na última década, as redes sociais dominaram o globo e o ciberativismo se fez presente em diversas nações. Em 2011, por exemplo, eclodiu a Primavera Árabe, onde devido à falta de democracia e à crise econômica, houve uma onda de revoltas contra governos árabes. Muito embora suas reivindicações tenham se sustentado por intermédio de passeatas, greves e comícios, as redes sociais, como Twitter e Facebook, tiveram suma importância para a mobilização social. Garantida no quinto artigo da Constituição Brasileira, a liberdade de expressão permite ao brasileiro se manifestar online, assim como ter acesso a opiniões e visões divergentes. Nesse sentido, observa-se a afirmação de fato social, do sociólogo Durkheim, onde influências do coletivo têm poderes coercitivos no pensar, agir e sentir do individual. Entretanto, a interação virtual e a fácil exposição de ideais podem gerar o chamado "slacktivism". Com o significado de "ativismo preguiçoso", o neologismo inglês chama atenção para um fenômeno cada vez mais comum, onde há um sentimento de dever cumprido apenas ao interagir na rede, sem que haja a realização de medidas efetivas. Sendo assim, o incentivo ao ativismo digital é válido, mas não deve ser o único meio de alcançar as causas desejadas, sejam elas sociais, econômicas ou políticas. As mídias, principalmente as online, devem incentivar as passeatas e manifestações presenciais através de propagandas e campanhas. As ONGs devem promover fóruns de organização também presenciais, além do fornecimento de cartilhas com incentivo à mobilização coletiva. Nesse âmbito, as escolas e universidades devem também promover a discussão sobre o assunto por meio de palestras e assembleias, para que assim o ativismo digital seja um acrescento às lutas, e não o contrário.