Título da redação:

Ciberativismo: benefício ou prejuízo?

Proposta: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 26/07/2016

O desenvolvimento tecnológico popularizou o acesso ao computador pessoal e à internet, construindo um panorama típico do mundo pós-moderno e caracterizado pela célere produção e disponibilização de informações. A realidade virtual tornou-se cenário para o desenvolvimento de relações de ordem pública e particular e, nesse contexto, as redes sociais consolidam-se como extensão do cotidiano, sendo raros os indivíduos que se furtam às possibilidades de expressão oferecidas por esses recursos. Entretanto, cabe questionar: em que medida, as manifestações virtuais estimulam ou fortalecem o protagonismo político e o engajamento social? Em primeiro lugar, cabe analisar as limitações intrínsecas a esse modo de exposição. Como afirma o sociólogo Zygmunt Bauman, a facilidade de moldar a rede de amigos conforme os próprios interesses e orientações distorce os reais desafios da convivência em sociedade que pressupõe, em primeira instância, o convívio simultâneo de posicionamentos diversos . Assim, o aperfeiçoamento de habilidades sociais básicas, como a capacidade de dialogar, fica fragilizado em função da forjada inexistência do confronto de ideias. Contudo, é inegável o potencial de mobilização das redes sociais. Reunindo diferentes grupos em torno de um interesse comum, tornou-se simples organizar protestos, planejar manifestações e convocar partidários. Além disso, porquanto a propaganda política não poderia deixar de explorar as potencialidades virtuais, é possível, em contrapartida, acompanhar e questionar figuras e partidos presentes nas redes. Portanto, o ciberativismo é uma ferramenta multifacetada, servindo a diferentes propósitos e cujo uso pode ser benéfico ou prejudicial, tal qual qualquer outro instrumento. O ativismo e a participação social não devem se restringir à esfera virtual, sob risco de tornarem-se posturas vazias e que falham em exercer a desejada pressão popular. Ainda, a convivência física com a complexidade inerente à sociedade, livre de preferências e manipulações de ordem pessoal, promove o desenvolvimento da cidadania, indispensável ao fortalecimento da democracia no país. (Ao corretor: Bom dia. Gostaria de tirar uma dúvida. É possível e recomendável manisfestar dois diferentes pontos de vista na mesma dissertação, como eu fiz? Isso passa a impressão de que não temos uma opinião formada ou pode enriquecer a argumentação?)