Título da redação:

AS DUAS FACES DO CIBERATIVISMO

Tema de redação: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 04/08/2016

Com o surgimento da internet, possibilitou-se uma maior integração no que se refere às mobilizações políticas em prol de mudanças socias. A este fenômeno, dá-se o nome de Ciberativismo, o qual se baseia na praticidade e facilidade com que a informação é disseminada nas redes virtuais. Entretanto, não há utilidade alguma em certos tipos de ativismos online, onde o usuário apenas usa palavras bonitas e diversos pensadores, mas não se dispõe a unir teoria e prática. Este é o falso ativismo, embora hajam verdadeiros indícios de que o Ciberativismo é uma poderosa ferramenta de protesto. "A teoria sem prática vira 'verbalismo', assim como a prática sem teoria vira ativismo. No entanto, quando estes dois elementos unem-se, tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade". Este pensamento do sociólogo Paulo Freire condiz perfeitamente com a face infeliz do Ciberativismo, uma vez que ele cria a falsa sensação de que apenas emitir opiniões em público provocam mudanças concretas, quando, na verdade, no âmbito político, ações são tão necessárias quanto palavras. O ativismo online é, sem dúvidas, um meio eficaz de protesto. Quando levado a sério, é capaz de contornar situações problemáticas e de promover mudanças eficientes no cenário político. Como exemplo desses fatos, pode-se citar a Primavera Árabe, um conjunto de revoltas contra os governos autoritários do Oriente Médio, o qual ocorreu por intermédio da internet. Também convém mencionar que existe atualmente uma legião de ciberativistas, chamada de Anonymous. Ela representa o verdadeiro propósito do Ciberativismo, pois luta pelo fim da censura virtual e pela liberdade de expressão. Portanto, pode-se dizer que o ativismo digital é uma forma legítima de protesto. Porém, com uma ressalva: não se deve cair no abismo do comodismo, onde os falsos ativistas moram. Para fazer o bom uso da ferramenta digital, são necessárias algumas medidas. Primeiramente, é fundamental que haja o comprometimento mútuo dos alarmistas, na medida que a colaboração em prol da mudança é a base das relações socias, conforme dizia Weber. Em segundo lugar, é imprescindível que o Estado também se engaje no que se refere ao debate público, a fim de exercer a plena democracia dos direitos. Por último, é necessário que as instituições de ensino, assim como as famílias, reforcem os perigos da internet, para evitar problemas como a superexposição e a divulgação de discursos de ódio. Dessa forma, estaremos seguindo o caminho proposto por Paulo Freire, casando teoria à prática, e assim alcançando o verdadeiro objetivo do Ciberativismo.