O advento da terceira revolução industrial disseminou o uso da tecnologia digital, resultando em novas configurações sociais. Nesse sentido, eventos como a Primavera Árabe no Egito em 2011 e as Jornadas de junho no Brasil em 2013 ilustram novas possibilidades à expressão política dos cidadãos. Diante disso, é necessário compreender como as mídias sociais configuram-se como espaço de produção democrática além de amplificar as vozes de grupos historicamente silenciados. De acordo com o sociólogo Pierre Levy - a internet propicia o desenvolvimento do ciberespaço, em que cada indivíduo ou grupos de indivíduos podem atuar como emissores de conteúdo. Dessa forma, é relevante ressaltar como a rede facilita a discussão de demandas políticas, reverberando por diversos segmentos sociais, com isso adquirindo caráter democrático e de atuação cidadã. Um bom exemplo é a atuação do Greenpeace, que possui na internet um de seus mais salutares recursos para desenvolver e discutir a temática de preservação do meio ambiente. Outrossim, o espaço virtual é uma importante ferramenta de reivindicação e protagonismo dos diversos atores sociais, que encontram nesse mecanismo novas maneiras de se organizarem e exigirem a garantia de direitos. De tal modo que, o ciberativismo inspira identificação e consolida-se como instrumento de participação na construção de pautas de minorias. Diante de tal configuração, o uso dos computadores interligados configura uma crescente e importante dimensão da cidadania. Com isso, é imprescindível que o poder público dialogue de maneira clara e democrática com essa possibilidade de participação do povo, por meio de plataformas digitais preparadas para esse fim, com o objetivo de ouvir as necessidades e diversidade da população brasileira. Ademais, a mídia deve abordar a temática da importância da tecnologia como objeto de reivindicação, apontando formas de otimizar o uso desse meio, com o intuito de contribuir para a formação da criticidade e interesse popular pela política.