“Educação é aquilo que grande parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos possuem”. As palavras do escritor Karl Kraus ilustram a realidade do ensino no Brasil. Deve-se, portanto, analisar o papel do governo e o sucateamento do espaço escolar no que tange a situação da propagação do conhecimento. Embora não aconteça a inércia estatal, o problema da educação brasileira ainda perdura. O governo - por meio de iniciativas, como o ProUni, Pronatec, Fies e, recentemente, o Plano Nacional da Educação - ampliou em 80% o número de estudantes concluintes do Ensino Superior no período de 12 anos, segundo pesquisas feitas pelo Ministério da Educação. Por conseguinte, a conjuntura política atual tende a fazer jus ao direitos contidos na Constituição e ao seu slogan “Brasil, pátria educadora”. Infelizmente, o compartilhamento do conhecimento não é exercido no seu pleno potencial. A infraestrutura das instituições de ensino é precária , apesar da existência de políticas públicas com o objetivo de minimizar o impasse do ensino brasileiro. Muitas escolas brasileiras estão sucateadas: apresentam quadros negros e carteiras quebradas, falta das portas dos banheiros e redes elétricas desprotegidas. Isso dificulta o aprendizado e a vivência dos alunos nesses espaços. Por conseguinte, parte deles tende a abandonar a instrução e ,sem ela, aumentam as chances de tornarem-se suscetíveis ao preconceito, ao racismo e à marginalidade, como disse Milton Santos. Impedir as previsões do geógrafo é uma tarefa difícil, todavia é possível com o auxílio do sociedade. Em síntese, o poder público investe na propagação do conhecimento que, apesar disso, ainda apresenta instituições em condições deploráveis. Para melhorar tal quadro, é preciso que o Ministério da Educação continue com os programas que auxiliam a promoção do ensino, como o Fies, o Pronatec e o PNE e - através do seu tempo de concessão na televisão e na internet- veicule campanhas publicitárias. Nelas, a população seria convocada a fazer uso dos portais de transparência com o objetivo de fiscalizar a implementação dessas iniciativas. Além disso, o Ministério do Planejamento poderia- por meio da participação público privada- diminuir impostos de empresas que reformem e façam a manutenção de espaços escolares dignos. Assim, as palavras de Karl Kraus seriam desconstruídas: a educação tornar-se-ia algo a alcance de todos.