No século XX, o sociólogo brasileiro Paulo Freire debruçou-se sobre o estudo do sistema educacional do Brasil e a importância da formação de seres de transformação, como atores sociais. Apesar de passados cerca de cinquenta anos, ainda há no país, infelizmente, uma concepção de educação mercadológica, a qual é voltada exclusivamente ao mercado de trabalho capitalista. Assim, é crucial a efetivação da pátria educadora, por meio da ideologia Freireana. Em primeira análise, é válido ressaltar que a educação brasileira prioriza a formação de indivíduos os quais possam se inserir no mercado de trabalho. Diante da concepção de Paulo Freire, o sistema de ensino do país é “bancário”, uma vez que se depositam os conteúdos e os alunos apenas os absorvem, sem que muitas vezes haja reflexão. À vista disso, tem-se que as instituições de ensino formam “cidadãos-máquinas”, os quais não possuem autonomia nem reflexão sobre a realidade a qual estão inseridos, podendo, assim, alienar-se com facilidade e tornar-se apenas seres de adaptação às mudanças estabelecidas, não de transformação das mesmas. Outrossim, deve-se destacar que diante dessa educação “bancária” vigente, os indivíduos possuem seu exercício de cidadania limitado. Ainda sobre a perspectiva de Freire, a “práxis” é essencial para os jovens educandos brasileiros, os quais devem refletir e agir sobre o mundo para transformá-lo, tornando-se verdadeiros atores sociais. Nesse prisma, tem-se que uma vez efetivada a condição de cidadão socialmente ativo, pode-se quebrar paradigmas sociais, como os padrões de beleza impostos pela mídia, e reivindicar melhorias em aspectos cristalizados, como a corrupção política. Evidencia-se, portanto, a necessidade da superação do sistema educacional bancário e mercadológico seguido da perpetuação da concepção educacional de Paulo Freire. Para isso o Ministério da Educação, por meio da reformulação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), deve ampliar as cargas horárias dos estudos de Sociologia e Filosofia, a fim de tornar os alunos mais críticos e problematizadores. Ademais, a sociedade civil, por meio das redes sociais, deve pleitear mudanças e melhorias no sistema educacional. Só assim se poderá tornar a pátria plenamente educadora.