Em um país cuja a educação formal, historicamente, já foi restrita a uma parcela privilegiada da sociedade, bradar “Pátria Educadora” certamente gera orgulho. Contudo, ao aprofundar-se no assunto, tornam-se perceptíveis os problemas que ainda existem e o longo caminho a se percorrer para que a máxima se torne realidade. Uma das dificuldades que embarreiram a educação no Brasil, diz respeito a má distribuição do repasse das verbas para investimentos nas escolas, conforme apontado pelo senador Randolfe Rodrigues. É fácil encontrar escolas públicas necessitando de reformas estruturais, outras com falta de cadeiras, lousas, giz, e outros materiais imprescindíveis à educação. E em complemento, tem-se o problema da desvalorização dos professores, que recebem baixos salários, incompatíveis com o importante papel que exercem na sociedade como um todo, pois como dito pelo filósofo Immanuel Kant, “o homem não é nada além do que a educação faz dele”. Outra questão conflitante com o slogan, e razão de reclamações populares, é a qualidade da educação fornecida. Muito se houve noticiar, sobre os programas de incentivo à educação superior, programas de cotas, ou reforma do ensino médio, mas pouco se fala quanto ao fortalecimento e investimento no ensino básico. Não é à toa que no Brasil, menos de 70% dos que possuem diploma de nível superior são proficientes na leitura e escrita, demonstrando assim o alto índice ainda existente de analfabetos funcionais. Ante o exposto, percebe-se as necessidades a serem supridas para alcançar o título de “Pátria Educadora”. É preciso colaboração do sistema educacional como um todo, do âmbito federal ao municipal, investindo em melhores salários para os professores, melhorias estruturais das escolas, bem como melhoria no plano de ensino básico. À sociedade cabe fiscalizar e cobrar tais melhorias de seus representantes eleitos, pois assim, além de uma educação, teremos uma sociedade melhor.