Título da redação:

Literatura é poder

Proposta: Atual cenário da leitura no Brasil: realidade favorável ou falta incentivo?

Redação enviada em 13/10/2015

Durante a Idade Média, o saber literário foi dominado pela Igreja Católica, uma vez que as pessoas estultas eram mais fáceis de controlar. Afinal, como disse o filósofo Michel Foucault: conhecimento é poder. Logo, a leitura é um meio de adquirir sapiência e, de acordo, com o professor Antônio Cândido, a literatura tem duas funções; a social e a humanizadora. Primeiramente, muitas pessoas não valorizam o seu papel na formação moral da sociedade. Convém lembrar que livros subversivos foram queimados no regime nazista, a fim de monopolizar as informações e construir uma realidade hitlerista. Dessa forma, a falta de leitura crítica ajuda a quem está no poder a propagar a sua ideologia, fato perigoso, visto que no caso nazifascista contribuiu com o holocausto judeu. Por isso, é importante ler obras que questionam os dogmas estabelecidos por instituições que foram dominadoras em sua época, a fim de evitar insanidades, como o pedido da volta da ditadura cívico-militar brasileira, para tanto é imprescindível leituras como “O que isso, companheiro?”, de Fernando Gabeira, e, “Feliz Ano Velho”, de Marcelo Rubens Paiva. Ademais, os livros auxiliam no conhecimento de mundo e de ser. Alguns escritores retrataram a sociedade sem idealizações e quebraram preconceitos, por exemplo, contra os nordestinos. Em “Vidas Secas”, Graciliano Ramos denuncia a exploração de trabalhadores e a miséria gerada pela seca, por sua vez, é uma obra transgressora que quebra estereótipos. Não só o ato de ler é didático, bem como é usado para resolver conflitos pessoais, haja vista que Freud era um assíduo leitor dos clássicos que o influenciaram em sua psicanálise. A literatura, portanto, é essencial a todos. Como aconteciam os debates filosóficos, na Ágora, cabe à escola exportar esse modelo pedagógico. Os professores podem formar um clube do livro, no qual os alunos discutiriam e filosofariam sobre as obras e os docentes enriqueceriam a discussão com o conteúdo de sua matéria. Assim, a leitura deliberativa irá auxiliar na formação social desses estudantes, parafraseando Foucault, literatura é poder.