O lamentável cenário de leitura no Brasil é decorrente da falta de incentivo e, até, desencorajamento da leitura no país. Esse processo ocorre a partir do berço, com a propagação da cultura não-leitora; passa pela ação das escolas que, com a escolha equivocada de obras, costuma criar aversão a ler nos alunos; e chega ao governo, que faz vista grossa à situação. Dessa forma, conclui-se que para a solução do problema de leitura no país, todos esses setores devem ser mobilizados. Primeiramente observa-se a herança passada de geração à geração, que perpetua a falta de hábito de leitura. Assim, a escassez de exemplos no cotidiano, somada a falta de incentivo direto dos pais, faz com que as crianças, as quais aprendem por reprodução de exemplos, também não acostumem-se a ler. Para piorar, o caso é agravado pela influência negativa da escola: ao serem obrigados a ler obras complicadas e pouco relacionadas com sua situação sociocultural , as crianças, já sem o hábito, tomam aversão à leitura. Essa situação negativa, explicitada por pesquisas como a da Federação do Comércio (Fecomércio), do Rio de Janeiro, com resultado de 70% dos entrevistados com zero livro lidos em 2014, é negligenciada pelo estado. Este aumenta o número de anos na escola, agora com 16, e não preocupa-se (ou "ocupa-se") de aumentar sua qualidade, inegavelmente ruim, dados os resultados acima. Para que tal quadro seja modificado, a alteração da cartilha eduacional do MEC, pelo governo, inserindo a leitura em todo o processo formador e estabelecendo novos critérios para a escolha das obras, como a faixa hetária, a situação sociocultural em questão e a opinião dos alunos, estabeleceria um meio de incentivo a leitura nas escolas. Essas poderiam então ampliá-lo para a comunidade, promovendo ciclos semanais de leitura, com debates e palestras sobre assuntos literários interessantes. Assim, dar-se-ia o primeiro passo para a criação de uma cultura nacional de leitura.