Título da redação:

Escassez da leitura: falta de incentivo ou falta de educação?

Proposta: Atual cenário da leitura no Brasil: realidade favorável ou falta incentivo?

Redação enviada em 08/05/2018

De acordo com o filósofo José Ortega y Gasset, a cultura é uma dimensão constitutiva da existência humana. Uma maneira imprescindível para alcança-la é por meio da leitura - hábito importante que permite dinamizar o raciocínio e aprimorar o vocabulário. Na contemporaneidade, entretanto, o ato de ler é escasso, seja por falta de incentivo educacional ou pela alfabetização tardia. Denota-se, assim, a premência de medidas que revertam essa situação. Sob uma primeira ótica, é válido salientar que o papel da escola no estímulo à leitura é de grande valor. Isso ocorre porque é nos ambientes educacionais que a maioria dos cidadãos aprende a ler e a escrever. O impasse começa a partir do momento em que algumas escolas não incentivam os alunos a continuar lendo depois que aprendem. O uso da internet em salas de aulas pode, em determinadas situações, caracterizar um empecilho na formação de um aluno leitor. Isso deve-se ao fato de que os vídeos substituem os livros e textos explicativos. O filósofo Umberto Eco manifestou-se sobre o assunto e expõe que nenhuma tecnologia conseguirá suprimir a necessidade de leitura tradicional - o que ratifica esse argumento. Vale destacar, também, que a atual conjuntura brasileira expressa um largo número de analfabetos, de acordo com pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Tal fator relaciona-se estritamente com a escassez de leitores no país, uma vez que boa parte da população não obtém educação básica, o que os impossibilita de ler. As consequências desse cenário são lamentáveis, haja vista que dificulta a aquisição de conhecimento, a formação de um senso crítico e a aprendizagem. Fica claro, portanto, que atitudes necessitam ser realizadas por órgãos públicos e privados. Assim, para alcançar a cultura anteriormente citada por José Ortega y Casset, investimentos na educação e melhoria do ensino são indispensáveis. O Governo Federal deve desviar verbas para criação de centros educacionais gratuitos de qualidade, em áreas mais carentes, que contem com bibliotecas e professores voluntários que estejam dispostos a ensinar a escrita e a leitura para pessoas de qualquer idade. Ademais, o Ministério da Educação deve tornar obrigatório nas grades do ensino fundamental ao médio a leitura de três livros anuais e a avaliações sobre os seus respectivos temas. Tais ações visam a redução da taxa de analfabetismo e um aprimoramento do papel escolar para que a leitura seja cada vez mais valorizada no Brasil.