Título da redação:

Duplo enredo

Tema de redação: Atual cenário da leitura no Brasil: realidade favorável ou falta incentivo?

Redação enviada em 06/10/2015

Apesar de exigir atenção quando praticada, a leitura é um ato rico em proveitos. Melhora no vocabulário e aquisição de conhecimentos são exemplos das benesses provenientes do hábito de ler. Nesse âmbito, o Brasil ocupa uma posição ambígua, isto é, enquanto o público infanto-juvenil emerge como potencial adepto da leitura, grande parte da população permanece omissa a essa prática. A reformulação nos formatos e nos enredos na literatura brasileira e mundial atraem crianças e adolescentes às livrarias em buscas das obras. Essas novas criações, em geral, abrangem temáticas atuais voltadas para conflitos e dilemas da juventude ou mesmo aventuras futurísticas, como do gênero distopia. Com essa atratividade, esse público integra a parcela de brasileiros que enriquece o repertório sociocultural e melhor compreende questões humanas por meio da leitura frequente. Esse contexto, porém, não é generalizado no País, pois ainda é evidente a carência desse hábito para uma considerável parte da população. Tal questão é ampla por envolver diversas circunstâncias que resultam nesse problema, como a dificuldade de acesso aos livros e a negligência à leitura. No Brasil, os custos para o lançamento de obras são elevados por despesas que envolvem patrocínios e importações, o que aumenta os preços de venda e limita o poder de compra para as classes menos abastadas. Além disso, a demanda atual por praticidade relega a leitura a um nível de entretenimento esporádico e a desconsidera como um elemento substancial para a formação individual e coletiva de uma sociedade. Sob essa ótica, é nítida a ambiguidade do Brasil diante a relação entre população e leitura. É fundamental não só a continuidade do incentivo ao público infanto-juvenil a essa prática, mas também a parceria entre poder público e empresários do setor no sentido de diminuir custos na produção de obras a fim de facilitar o acesso para todas as classes. Ademais, a própria sociedade deve encarar o ato de ler não apenas como um hobby e sim, como uma atividade essencial para a mente e para o bem estar da coletividade.