Título da redação:

Brasil: pátria educadora?

Proposta: Atual cenário da leitura no Brasil: realidade favorável ou falta incentivo?

Redação enviada em 03/10/2015

A leitura nem sempre foi um privilégio da sociedade. Na Idade Média, a Igreja Católica detinha o monopólio do conhecimento e apenas o clero era habilitado a ler e a interpretar as escrituras sagradas. Atualmente, apesar da evolução das grandes editoras, muitos brasileiros não têm acesso ou não se interessam pelos livros devido à falta de incentivo do sistema educacional. Dessa forma, é importante revisar os conceitos e refletir se o Brasil está realmente cumprindo o seu papel de pátria educadora. A liberação de energia na reação de combustão não ocorre se o gás oxigênio não for misturado ao combustível. De forma análoga, não haverá como utilizar o "combustível" dos alunos se não houver "gás" suficiente do ensino para "liberar" o conhecimento. No Brasil, o processo de alfabetização é deficiente e, muitas vezes, tardio. Ano passado, mais de 500 mil candidatos zeraram a redação do ENEM, porque não souberam interpretar a proposta e fugiram do tema. Isso demonstra que um ensino defasado pode deixar lacunas por toda a vida. Segundo John Locke, "a mente humana é uma tábula rasa". Isso significa que o ser humano internaliza comportamentos, quer sejam bons, quer sejam maus, simplesmente pelo hábito. Mesmo com o aumento do acesso à informação, o brasileiro lê pouco, porque não criou o hábito da leitura. De acordo com a Federação do Comércio (Fecomércio) do Rio de Janeiro, 70% da população não leu um livro sequer em 2014. Entretanto, nunca é tarde para aprender bons costumes e cultivá-los daqui pra frente. A relação entre os brasileiros e os livros não é tão familiar. Para fortalecer os laços, o Governo Federal deve priorizar o ensino primário e o fundamental, investindo na capacitação de professores, na quantidade e na qualidade do material disponível. Seria interessante também criar uma maratona de interpretação de texto a nível nacional, assim como já existe a Olimpíada de Matemática. A valorização dos livros desde cedo criará o hábito da leitura na sociedade e formará uma geração menos alienada e mais independente.