Arraigada tornou-se, nos últimos meses, a discussão referente ao cenário da leitura no Brasil. Visto que, apesar de haver acessibilidade crescente à textos, o brasileiro possui uma baixíssima média de leituras anuais, é possível afirmar que a falta de incentivo a apreciação dos livros desde a infância tem comprometido a formação cultural e intelectual das gerações. A partir do advento da revolução industrial no século XIX , a modernização das máquinas proporcionou maior agilidade às ações cotidianas, inclusive ao ato de leitura. Nesse sentido, o surgimento de computadores, tablets, smartphones e kindles –um tipo de leitor digital – tornou acessíveis vários textos e obras, pondo a disposição dos usuários um acervo virtual que muitas vezes não lhes era disponível na versão impressa, contando ainda com a agilidade de apreciá-lo direto do seu equipamento eletrônico. Prova disso é a venda de revistas, jornais e livros digitais, geralmente mais baratos que as versões impressas, em diversos sites. Embora mais acessíveis, não se constata no Brasil um número expressivo de leitores. Dados da Federação do Comércio do Rio de Janeiro – Fecomércio- apontam que 70% dos brasileiros não chegaram a ler um livro no último ano. Essa porcentagem traz marcas da cultura da nação de atribuir maior importância à oralidade do que a escrita e leitura, bem como a tradição escolar de valorização de conteúdos didáticos específicos, tratando a análise de obras importantes, como as das escolas literárias brasileiras, como uma obrigação para os alunos e não como algo enriquecedor do intelecto que esses deveriam ter prazer em ler. O resultado disso tudo? Uma grande parcela da população marcada pelo analfabetismo funcional e de fraco senso crítico, apresentando muitos erros de ortografia. Torna-se evidente, portanto, que o ato de ler possui papel fundamental na formação intelectual dos indivíduos. Desse modo, é importante que os sites de empresas continuem disponibilizando obras em formato digital e impresso, sejam elas pagas ou gratuitas, de modo que o consumidor tenha acesso fácil a essas. Ao governo federal cabe a reformulação da grade acadêmica das escolas, priorizando atividades de leitura e análise crítica dessas, além de parceria com órgãos midiáticos que, através de propagandas e campanhas, estimulem o hábito da leitura, formando assim uma nação mais sábia e crítica.