A história dos livros nos remete, curiosamente, à idade das trevas, época em que a produção de livros se tornou mais facilitada pelo aprimoramento das técnicas de reprodução de conteúdo; no entanto, a literatura só começou a se expandir para uma maior parte da população durante o Iluminismo, época em que havia uma enorme disseminação do conhecimento. Nos dias atuais, embora os livros estejam ao alcance de grande parte da população, o que se enxerga é uma negação por parte da sociedade, criando assim uma crise de leitura em todos as camadas da sociedade brasileira. O gênero infantojuvenil, embora tenha facilitado a inserção do jovem, acaba por não ter poder suficiente para aumentar expressivamente a presença da leitura na vida dos estudantes. Segundo a Federação do Comércio do Rio de Janeiro, cerca de 70% dos brasileiros não leram ao menos um livro no último ano, o que demonstra um problema intrínseco na cultura e no sistema de ensino brasileiro, que acaba por não despertar o interesse do jovem, gerando um déficit de cultura em sua vida adulta. Embora os jovens sejam a raiz do problema, não podemos menosprezar a preocupante ausência da leitura em uma porção considerável dos adultos. A falta de tempo para ler e de dinheiro para comprar são alguns dos argumentos da grande maioria da população mais velha, que acaba por ignorar o enorme e fantástico mundo da literatura, de forma a se ausentar da função de exemplo aos mais jovens, criando um ciclo sem fim, cujo resultado é o perigoso empobrecimento cultural da população em si. Com base no apresentado, fica clara a crise de leitura instalada em todas as camadas da sociedade brasileira. Acaba por ser necessária uma intensa reforma do ensino público, a fim de instituir a disciplina de leitura e literatura em todos os anos do ensino fundamental e médio, gerando assim uma maior inserção do jovem na sexta arte. Também há a necessidade de expansão do vale-cultura – auxilio que o governo oferece para a compra de itens culturais - para uma maior parcela da população, visando o acréscimo e a facilidade da obtenção de livros por parte da parcela mais carente da sociedade.