O documentário "Do Giz ao Tablet", retrata o grande impacto da presença das inovações tecnológicas frente ao papel monotônico da escola brasileira. Nesse sentido, no âmbito pragmático, os recursos tecnológicos têm-se tornado de suma importância no processo educacional brasileiro, porém o incremento na sala de aula sofre impedimentos de amplo espectro. Dentre os principais entraves dos meios digitais, destacam-se a inobservância estatal e a carência de projetos políticos-pedagógicos. A priori, é notório que a falta de amparo do Estado diminui o acesso aos proveitos da tecnologia moderna. Isso decorre, lamentavelmente, devido, muitas vezes, à negligência dos agentes públicos em atender as necessidades dos professores na sala de aula, como a disposição de lousas digitais e laboratórios devidamente equipados. Atrelado a isso, a adoção do modelo tradicional de ensino e aprendizagem desmotiva e promovem a indisciplina dos menores. Tal situação rompe com o conceito rousseauniano de "Contrato Social", em que o Governo, por meio do poder, manteria as regras e vantagens igualmente para todos. Logo, é imperiosa a elaboração de mecanismos para remediar falhas institucionais. Outrossim, nota-se, ainda, que a ausência de planos dificulta a relação entre o universo digital e o conhecimento. Isso acontece, infelizmente, porque, frequentemente, não há nas instituições escolares, sobretudo nos bairros periféricos dos grandes centros urbanos, projetos que viabilizem a contextualização dos recursos tecnológicos levados pelos discentes ao ambiente escolar, como smartphones, ipads e tablets, a fim de promover a dinamização do ensino e a construção de novos saberes. Tal panorama vai de encontro ao Positivismo, doutrina filosófica desenvolvida pelo sociólogo Augusto Conte, que preconiza o progresso técnico-científico como o motor propulsor do desenvolvimento humano. Dessa forma, é impreterível, em regime de urgência, o engendramento de programas para a aquisição integral dos benefícios técnicos. Claro está, portanto, que a adoção de medidas capazes de promover a tecnologia, plenamente, na educação brasileira torna-se imprescindível. Faz-se necessário que o Ministério da Educação, em parceria com a iniciativa privada, crie um projeto permanente de amparo e manutenção digital, direcionada às instituições escolares carentes, que prime essencialmente no oferecimento de monitores digitais e projetores interativos, com o escopo de captar a atenção e a postura participativa do aluno. Ademais, às Secretarias Estaduais de Educação, em consonância com as direções escolares, devem conceberem um plano curricular anual que paute em promover a integração dos aparelhos eletrônicos dos discentes no processo de pesquisas científicas, com a finalidade de estabelecer relações mediadoras e adicionais no alcance do conhecimento. Somente assim, o direito à educação irrestrita e com qualidade, preconizada na Carta Magna do país, tornar-se-á uma realidade cabal.