Há muitos anos, a escola se tornou obsoleta. Independentemente do uso de ferramentas tecnológicas, o ensino sempre precisou estar conectado à realidade prática para fazer sentido ao aluno. Por isso, Paulo Freire sugeriu que durante o processo de alfabetização o professor deveria partir do vocabulário de uso corrente à qual o aluno pertencia para iniciar o processo de aprendizagem. Além dele, Freinet, mesmo sem a utilização de computador, apregoava que os alunos deveriam trocar cartas, entre si e com alunos de outras escolas, a fim de elaborar o processo de escrita. Outro exemplo é o de Pestalozzi que dava aulas de ciências em meio à natureza, no interior da França. Infelizmente, há muitos anos, a escola está desconectada da realidade do alunado, priorizando apenas a memorização dos conteúdos ao invés da compreensão e aplicação do aprendizado. Nesse âmbito, a utilização da tecnologia em sala de aula pode aprofundar essa desconexão do ensino formal e da realidade prática, se não houver investimentos ou capacitação docente. Além disso, é possível o aumento da defasagem entre a educação oferecida pelas escolas que detêm recursos para equipar-se e aquelas que não os possuem. Se a escola, porém, souber utilizar as ferramentas tecnológicas, a seu favor, poderá ser capaz de inovar e tornar o ensino mais interessante. A fim de atingir esse objetivo, o professor capacitado deverá orientar e acompanhar a evolução dos alunos e não deixá-los à mercê de conversas ‘on line’ e sítios eletrônicos inadequados. Do contrário, não se atingirá o objetivo proposto que é o ensino-aprendizagem. Por outro lado, a imensa maioria de escolas brasileiras carece de computadores, redes sem fio para conexão e professores capacitados. Muitos prédios escolares estão em péssimas condições. Falta o básico: bibliotecas, quadra de esportes, salas de aula com carteiras adequadas, ventiladores ou ar-condicionado, transporte escolar. Deste modo, o Estado brasileiro, especialmente em âmbito municipal – responsável pelas escolas de ensino fundamental – deve investir em prédios escolares, equipamentos (carteiras, laboratórios, computadores, redes ‘wireless’) e capacitação docente. Outra medida importante é a fiscalização pelo governo federal da correta aplicação dos recursos que são distribuídos aos municípios com esse fim ao mesmo tempo em que se detecta e pune rapidamente os desvios. Somente dessa forma, a tecnologia aplicada à educação se constituirá em um meio para alcançar melhores resultados educacionais para alunos de todas as classes sociais, além de possibilitar um ensino que seja significativo para os estudantes. Certamente, a introdução de computadores nas escolas públicas brasileiras, as quais atingem grande proporção das classes menos favorecidas, representará um enorme ganho no sentido de obter melhores resultados em educação para o país e mesmo, ensinar aos alunos sobre como utilizar os novos aparelhos, tão presentes e necessários no mundo atual.