Título da redação:

Políticas Educacionais: Segregação ou Integração?

Proposta: As políticas públicas de incentivo à educação superior no contexto nacional

Redação enviada em 12/03/2016

As políticas públicas de incentivo à educação no Brasil é um reflexo da segregação de grupos sociais, seja de forma étnica ou socioeconômica e de um persistente déficit qualitativo no ensino do país. Portanto, tais políticas causam divergência de opiniões, sendo criticada por alguns e elogiada por outros. Torna-se então necessário uma avaliação do contexto a que essas políticas se inserem. Segundo o filósofo iluminista John Locke todos os homens nascem iguais, como uma tabula rasa, sem diferenças entre si, e o seu conhecimento seria adquirido de forma empírica ao longo da vida. No entanto, para Jean Jacques Rousseau, também iluminista, a igualdade segundo Locke é falaciosa, pois todos os homens nascem iguais em potencialidade, mas não em oportunidades, o que traria desigualdades. É facilmente perceptível na sociedade contemporânea diferenças em oportunidades. Enquanto um aluno de classe economicamente elevada tem a opção de estudar em uma escola particular de alta qualidade, outro, de classe economicamente baixa, só dispõe da educação pública que ainda sofre muito com a falta de qualidade. Em um contexto histórico, no período colonial brasileiro, negros e indígenas sofriam com a exclusão advinda da escravidão a que eram submetidos. O direito à educação não os alcançava, pois, o trabalho manual forçado que realizavam não exigia qualificação alguma. Infelizmente, o preconceito e a segregação dessas etnias ainda são observados na atualidade, o que corrobora em dificultar sua ascensão na sociedade. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 10% mais pobres, 75% são negros, índios ou pardos. O Brasil possui mais da metade da população total autodeclarada preta, parda ou indígena, mas apenas 35% dos alunos do ensino superior pertencem a esse grupo. A criação de cotas raciais e socioeconômicas visam proporcionar uma maior facilidade de acesso desses grupos ao ensino superior. De fato, tal medida vem surtindo efeito, pois, triplicou o número de negros em universidades em apenas 10 anos. Entretanto, deve-se tratar a causa e não somente os “sintomas”. As cotas são uma alternativa a curto prazo, mas medidas eficientes a longo prazo são essenciais. Portanto, a permanência de políticas educacionais vigentes, como o Sisu, Prouni, Fies e as próprias cotas é importante, mas medidas além das vagas reservadas devem ser adotadas, como a conscientização da população contra o preconceito étnico e econômico enraizado em nossa sociedade e um maior investimento e comprometimento na educação por parte do governo e da comunidade no ensino fundamental, médio e superior, pois, Pitágoras já havia dito: “Eduquem as crianças para que não seja necessário punir os adultos”.