A universidade pública é promotora de cidadania na medida em que possibilita o acesso à educação de qualidade independente das origens do estudante. O problema no Brasil está no nível básico, em qual estudantes de escolas públicas recebem um ensino, em geral, precarizado, estando inaptos a competir com aqueles de instituições particulares. É nesse contexto que políticas públicas fazem-se necessárias para diminuir a competição desigual. A percentagem de negros e pardos que entravam no ensino superior circundava 2% em 1997, evidenciando o ônus histórico sobre esses grupos. Sendo mais de 70% das camadas desfavorecidas pertencente aos mesmos, ações afirmativas como as cotas podem acelerar a reversão desse quadro. Em 2013, tais políticas já elevavam a percentagem destes cotistas a nove ou onze por cento. Estas medidas são apenas provisórias, no entanto. A solução real não é a curto prazo. É preciso haver maciços investimentos na educação para proporcionar oportunidades equivalentes a todos nessa área. O ensino básico e superior estarão, então, disponíveis para todos. A superação desse problema é relevante para toda a população, e não somente para aqueles privados das escolas e universidades. A qualificação individual beneficia a coletividade à medida que forma profissionais capacitados que produzirão novos conhecimentos. Possibilitarão, também, um movimento de independência do setor primário ao incentivarem os a área tecnológica, de produtos com alto valor agregado. É fundamental ressaltar a necessidade de medidas de curto e longo prazo. Os grupos desavantajados pedem soluções imediatas, mas é preciso que ocorram investimentos nas escolas públicas, também, pelo Ministério da Educação em parceria com os estados. Enquanto isso, projetos como PROUNI e as cotas precisam ser mantidas pelo governo com o apoio midiático e da população, para que a desigualdade social não continue a crescer do presente em direção ao futuro.