A celeuma sobre as ações contemporâneas do Poder Público de inserção às universidades vem hodiernamente tomando espaço na sociedade. Consoante observara o ensaísta francês Joseph Joubert, o objetivo da argumentação, ou da discussão, não deve ser a vitória, mas o progresso das ideias. Por conseguinte, a importância de uma análise acerca do avanço do ingresso de alunos das classes baixas ao ensino superior no Brasil é substancial para que haja soluções eficazes e peremptórias. Em primeiro lugar, é relevante salientar que, por décadas, desde a implantação das primeiras universidades no país, as elites predominaram no ingresso a estas instituições de ensino. Dessa maneira, o Governo Federal, motivado por diversos estudos sociológicos e, seguindo o exemplo de países como os Estados Unidos, adotou uma postura ativa com a criação de programas que vem melhorando significantemente a entrada de pessoas oriundas de escolas públicas na educação superior. Nesse sentido, programas federais como o Prouni, Sisu, Fies e o próprio Exame Nacional do Ensino Médio vêm contribuindo para uma mudança de paradigma no cenário social e econômico brasileiro. Dessa forma, também se tornou uma ferramenta de inserção social, tendo em vista um cidadão com curso superior, que outrora não teria essa oportunidade, passa a ter chances de conseguir empregos mais qualificados e com melhor remuneração. Segundo René Descartes, não existem métodos fáceis para solucionar problemas difíceis. Portanto, para se conseguir resolver as falhas que os programas de acesso às Universidades ainda apresentam, cabe às instituições de ensino superior aumentar os mecanismos de fiscalização, a fim de evitarem que alunos burlem o sistema, como por exemplo, o de cotas de renda e étnico-racial, com falsos comprovantes e declarações, que acabam deixando excluídos discentes que realmente necessitam usar esses benefícios.