As políticas de cotas no Ensino Superior brasileiro mostram-se como medidas ineficazes, uma vez que aparentam solucionar problemas que, em verdade, agrava. A falsa crença de que a diversidade produzida reduz os problemas de acesso à educação são demonstrativos de como tal medida é ineficaz e uma ameaça às liberdades coletivas e individuais. De fato, o ponto motivador da criação de políticas nacionais de incentivo à educação é a falta de diversidade étnica nas salas das universidades. Tais medidas falham, contudo, ao diferenciarem os estudantes baseando-se em sua cor ou raça. Fazê-lo é assumir o descompromisso com a promoção da mesma educação básica para os brasileiros, é afirmar que etnias devem reger diferentes níveis de cobrança. De forma a verdadeiramente solucionar o problema, dever-se-ia evitar a produção da impressão de que se vive em um país com igualdade. Tal como os “cegos que vêem” do português José Saramago, é evidente a situação de desapreço pelo ensino. Não obstante, o discurso demagogo de oportunidade para todos nos impede de enxergar o que todos vemos. Esse mesmo dilema se apresentou nos EUA durante a década de 1960, após os movimentos de direitos civis. Por quase duas décadas o acesso para negros a universidades foi facilitado. No entanto, os “school boards” (conselhos escolares estaduais) se reuniam para uma das maiores mudanças no ensino norte-americano. O plano voltou-se à mudança dos parâmetros de educação de forma a promover um ensino igualitário que dispensasse políticas assistencialistas. Como última análise, as políticas de cotas devem estar associadas a mudanças focadas no aperfeiçoamento do ensino básico. Devem focar-se na qualidade desse para que, independente de suas características, os estudantes tornem-se, de fato, iguais perante a lei e a sociedade. Somente assim poder-se-á ver no Brasil aquilo constatado por Washington Carver, cientista americano; negro e envolvido com a reforma educacional disse: “Educação é a chave para abrirmos a porta dourada da liberdade”.