As políticas de incentivo à educação superior no Brasil são uma forma de mascarar a péssima gestão dos governantes, que se mostram completamente desinteressados em solucionar o problema desde sua raiz: o decadente ensino público básico (fundamental e médio) não permite que alunos de instituições públicas, em sua maioria negros e pardos, concorram com alunos de instituições privadas por vagas em universidades. Melhorar o ensino básico e democratizar o acesso à universidade são desafios urgentes, porém ambos precisar ser executados de modo simultâneo, o que não acontece. Facilitar o ingresso ao ensino superior para essa camada social, que sofre com as consequências de um passado marcado por exploração, é importante para ambos os lados - há a oportunidade de adquirir conhecimento e cresce o sentimento de inserção social; essas pessoas, agora mais instruídas através da qualificação profissional, trarão desenvolvimento para o país, além de movimentar a economia por meio de um consumo mais consciente. Porém, ao privilegiar uma etapa do ensino o problema continua a existir. O ensino básico deficiente não possibilita a edificação de um conhecimento sólido, que dê condições de igualdade para todos os estudantes (de instituições públicas ou particulares), fazendo-se desnecessária qualquer ação afirmativa, seja ela baseada em critérios raciais ou sociais. Outra problemática grave no quadro brasileiro é o custo das mensalidades de universidades privadas. Apesar de existir programas como o FIES e o PROUNI, muitos alunos continuam sendo prejudicados, pois para serem selecionados nesses programas, precisam obter uma nota significativa no Exame Nacional do Ensino Médio, o que traz a tona novamente o debate da necessidade de haver um ensino básico de excelência. Oferecer uma educação de qualidade para seus habitantes é primordial para o Brasil, pois assim, no futuro, esses profissionais serão capazes de construir uma nação forte e dinâmica em todos os campos, capaz de acabar com a educação privada e oferecer ensino de qualidade para todos sem que isso interfira na economia de forma negativa. Cobrar do Estado a construção de políticas que fortaleçam a totalidade das etapas do ensino para extinguir a necessidade de cotas, e possibilitar a todos igualdade ao concorrer às vagas em universidades é fundamental. Além disso, com o crescimento da população que tem interesse em uma graduação é preciso que haja aumento de vagas para acompanhar esse processo.