Nos papéis, a escravidão no Brasil acabou em 13 de mais de 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Entretanto, um costume cultural tão impregnado nos brasileiros da época não acaba simplesmente com uma assinatura. Na teoria, os negros foram libertos, mas na prática, permaneciam como escravos do preconceito. Esse preconceito derivou uma forte segregação racial no Brasil, que persiste até hoje e, por isso, devemos lutar para a inclusão, total e sem preconceito, dos negros na sociedade brasileira. A oferta de ensino superior para jovens negros é uma das melhores formas de integrar essas pessoas à sociedade, visando que a universidade pode ser considerada um local de alta segregação por conta da proporção de estudantes e professores negros. Segundo o IBGE de 2010, 4,7% da população negra estava cursando ou já tinha concluído uma faculdade, enquanto esse número para os brancos era de 15%. Com a implantação das cotas nas universidades brasileiras, a quantidade de negros matriculados aumentou: nos períodos entre 1999 à 2010, o percentual da população negra matriculada ou formada em uma faculdade aumentou cerca de 3%, segundo o IBGE. Um aumento minúsculo, mas significativo, que ao longo prazo vai refletir na entrada de mais afrodescendentes médicos, professores, advogados e outros profissionais; vai refletir no aumento dessas pessoas dentro das classes A e B, onde hoje são a minoria. Por conta da visível segregação racial existente, principalmente, nas universidades, nos ambientes de trabalho e nas classes socioeconômicas, podemos concluir que as políticas de inclusão, como o sistema de cotas, são necessárias. As cotas para negros, especificamente, são um meio muito eficaz para a inclusão dessa parcela da população como cidadãos plenos na sociedade brasileira. Podemos também inferir que, apesar de significativo, o aumento do percentual de negros nas universidades ainda é baixo, e por isso, o governo brasileiro deve ampliar tal sistema ao longo do tempo.