Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: As mídias sociais como impulsionadoras da busca pela perfeição

Redação enviada em 16/09/2018

A contemporaneidade é marcada por contrastes no que se refere às relações humanas e sociais. Nesse sentido, a maximização do acesso a espaços virtuais de elevado potencial de interação entre as pessoas foi acompanhada pela superficialidade e pela construção de imagens individuais estereotipadas e irreais. Desse modo, nota-se um cenário preocupante , visto que a noção de felicidade tem sido orientada para uma ideia de perfeição , fomentada pelas mídias, impossível de ser alcançada, o que deve ser combatido. A priori, é válido ressaltar a existência da busca frenética por visibilidade e pelo padrão de sucesso fomentado nas mídias , numa verdadeira sociedade do espetáculo. Por conseguinte , a ideia da espetacularização realidade , de Jean Baudrillard , parece fazer alusão a esse cenário preocupante , uma vez que a exposição cotidiana de imagens que representam uma felicidade permanente nas redes virtuais e em propagandas expressam um meta de vida inalcançável que será buscada a todo custo pelas pessoas. Assim, formam-se indivíduos angustiados e em constante estado de insatisfação acerca de sua condição- física , familiar ou financeira- que não se encaixa nos estereótipos de perfeição difundidos. Tal quadro perverso denota a verdade latente, notória nas palavras de Pierre Bourdieu, que pode ser associada aos instrumentos midiáticos atuais: " aquilo que foi criado como instrumento de democracia direta não deve ser convertido em mecanismo de opressão simbólica.'' Ademais, é importante trazer à luz a relação de superficialidade na convivência social , impulsionada pelas mídias , como um agravante da problemática da busca pela perfeição. O sociólogo Zygmunt Bauman afirmava que a realidade moderna é caracterizada pelo maior distanciamento entre os indivíduos e pela liquidez das relações interpessoais. Tal assertiva pode ser relacionada às imagens de vida perfeita difundidas nas redes sociais que não representam a realidade , visto que as pessoas tender a expor apenas seus melhores momentos na internet. Dessa forma, fomenta-se a supervalorização de aspectos fúteis - materiais e financeiros- capturados pelas fotografias , em detrimento do bem estar individual e de uma vida afetiva saudável. Isso provoca a criação de um meio propício para a formação de uma sociedade marcada pela ansiedade e pelo desânimo permanente na população que , pautados em ideais normativos e homegeinizadores de vida , enxergam um modelo único de felicidade , ignorando as particulares individuais e , pior , fomentando preconceitos. Tal situação fica claro nas palavras de Caetano Veloso que representam as normas de vida e felicidade que a sociedade impõe como regra de sociabilidade: "É que Narciso acha feio o que não é espelho." Diante disso , nota-se a necessidade de intervenção. O Governo deve , por meio da maior destinação de verbas para órgãos fiscalizatórios como o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) , reduzir o bombardeio de propagandas que difundem ideais únicos de vida perfeita e sucesso pessoal. Tal ação visa reduzir a influência nefasta para os indivíduos dessas propagandas normativas e influenciadoras nos meio de comunicação de massa. Outrossim , a escola deve , por meio de projetos sociais atrelados a organismos não governamentais e com a participação de psicólogos e terapeutas, instruir a enfrentar de maneira consciente as informações e ideias expostas nas redes sociais a fim de , desde a mais tenra idade , preparar o cidadão a distinguir o imaginário da realidade e a entender que não existe um modelo de felicidade , que deve ser percebida , buscada e respeitada pelas particularidades de cada indivíduo. Só assim será possível reduzir essa busca frenética de uma perfeição impossível.