Em um mundo progressivamente globalizado, a transmissão de valores e o modo de vida disseminam-se em proporções globais, havendo uma homogeneização cultural. Com efeito, há nas sociedades contemporâneas uma intensificação da valorização estética midiática, ou seja, difunde-se a ideia de felicidade associada a momentos registrados, havendo uma preocupação gradativa com a imagem a ser revelada. A princípio, faz-se necessário enfatizar o papel que as mídias sociais têm ao constantemente propagar informações influenciadoras que possuem um grande impacto na vida das pessoas. Nesse contexto, há uma difusão de notícias que associam a estética perfeita ao bem-estar corporal, abrangendo o sentido físico e psicológico. Há essa idealização de felicidade constante, garantida por intermédio da conquista de uma vida triunfal, ou seja, um bom emprego, uma ótima localização de moradia, a denominada “vida dos sonhos”. Não obstante, conforme enunciado pelo sociólogo francês, Émile Durkheim, há uma conduta social que coage o indivíduo a seguir determinado modelo. Dessa forma, há uma obrigação de mostrar-se feliz para se estar feliz, uma necessidade compulsória recorrente, fruto dessa alteração de valores oriunda da modernização líquida, como afirmado pelo sociólogo polonês, Zygmunt Bauman. Nesse cenário, discute-se que um dos grandes problemas dessa busca incessante por um estado de espírito momentâneo e, inclusive, ter o que mostrar, é a falsa ideia ininterrupta desse momento registrado. Por exemplo, além de atuar na cultura do consumo, debate-se a questão da saúde mental e como essa externalização midiática pode não corresponder ao sentimentos e pensamentos internos. Nessas condições, é indubitável que, no século XXI, é cada vez mais recorrente a depressão, o suicídio e a noção da disparidade de como a pessoa apresenta-se virtualmente e como ela porta-se em seu cotidiano e nas suas relações pessoais. Sendo assim, é de súbita importância ater-se para a “cultura da perfeição midiática” em prol dos reais problemas vividos pelo cidadão, mostrando-lhe que é válido informar-se e incentivá-lo a procurar por ajuda. Torna-se evidente a influência que as mídias sociais possuem na aceitação social e culto a uma vida perfeita. Diante disso, cabe ao Ministério da Saúde atentar-se para o efeito que essas ações possuem na saúde mental do cidadão, além promover, principalmente, nas escolas, em parceria com o Ministério da Educação, visto que o público mais afetado é o juvenil, seminários e palestras, ministradas por pedagogos, psicólogos, referente as consequências do uso nocivo das redes sociais, e promover debates sobre assuntos como depressão e ansiedade, preocupando-se com a saúde mental da sociedade.