Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: As mídias sociais como impulsionadoras da busca pela perfeição

Redação enviada em 31/08/2018

O sociólogo francês Zygmunt Bauman afirma que o ser humano não é apenas um consumidor que adquire um produto, mas, principalmente, um objeto que pode ser consumido. Nesse ínterim, na contemporaneidade, o pensamento de Bauman pode ser retratado pela exposição de estilo de vida nas mídias sociais. Desse modo, tornou-se comum os usuários do Instagram postarem fotos de comidas em restaurantes, passeios turísticos e até mesmo imagens de seus bens adquiridos. Logo, as pessoas pensam que são felizes expondo uma ilusória perfeição, quando, na realidade, o usuário é consumido por toda essa ideia estereotipada de "lifestyle". Em primeiro lugar, destaca-se a "sociedade do espetáculo" de Guy Debord, na qual o sociólogo relata que as pessoas tendem a acreditar que escolhem livremente, em vez de perceber que escolhem sempre entre as mesmas opções, ou seja, a sociedade está moldada não por um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens. Dessa maneira, as mídias sociais atuam como aparato mediador, a saber que são canais de visualização das imagens, destarte, as pessoas só divulgam aquilo que obtém maior apreciação pública e se enquadra no cotidiano das blogueiras e famosos da rede virtual. Ademais, na acusação filosófica de Friedrich Engels à burguesia por cometer assassinato social, nesse cenário, pode ser analisada pela imposição de padrões por uma maioria ( ligada ao poder de pressão social, não a quantidade numérica) que é financiada pelas multimarcas que oprimem a massa "camponesa", com o intuito de despertar nesses a necessidade de adequarem-se ao estereótipo de beleza, status e estilo de vida. Dessa forma, as propagandas com pessoas sorrindo, ricas e felizes, oferecendo um produto, não escapam nem mesmo dos intervalos de 30 segundos do Youtube. Contudo, quando esses padrões não são atingidos, gera exclusão social e, posteriormente, o assassinato proposto por Engels. Infere-se, portanto, que para minimizar os efeitos causados pelas mídias sociais, é necessário que haja maior participação de ONGs com campanhas publicitárias de combate à depressão e ao suicídio, realizadas em anúncios virtuais ou em praças públicas, a fim de promover a valorização da vida. Para mais, parcerias de ONGs com os famosos das redes também podem ser benéficas, com o fim de que esses exponham para o público que apenas a parte bonita é divulgada, todo o trabalho e esforço ficam por trás das câmeras, para que os internautas compreendam a ideia e não se sintam infelizes com a realidade pessoal. Somente assim, o ser humano não será facilmente consumido, como propôs Bauman.