Durante a pré-história o ideal estético caracterizava-se por um corpo obeso, pois estava diretamente associado à fertilidade e riqueza, características que apresentavam grande relevância durante o período histórico. Nesse contexto, podemos observar a interferência da imagem em âmbitos sociais. No entanto, a interferência da aparência vem se tornando um fator passível de discussão, pois ao longo dos anos vem se tornando um meio de manipular emoções e comportamentos para determinados públicos. Dessa forma, essa problemática deve ser analisada sob o viés da dificuldade de inclusão social em uma sociedade demasiadamente padronizada e a interferência da busca por esse padrão na saúde mental do indivíduo. O advento da tecnologia, transformou a imagem social em espetáculo. As mídias sociais atuam constantemente como impulsionadoras de uma realidade utópica, onde o consumo e compartilhamento desmedido das realidades perfeitas tem causado o efeito de substituição das falhas e imperfeições humanas. Relativo à influência das redes sociais, o sociólogo Zygmunt Bauman afirma que embora oferecem diversos serviços prazerosos, as redes sociais também são uma armadilha. Nesse cerne, atenta-se para a conscientização sobre o que é de fato benéfico na utilização desse meios, de forma que a vida real não seja grandemente afetada pelo bombardeamento de informações advindas das redes sociais. Outrossim, vários estudiosos discutem a influência das mídias sociais em distúrbios psicológicos. Diante disto, é necessário ressaltar que a busca pela perfeição, a comparação de corpos e vidas no mundo virtual tem comprometido a saúde mental e inviabilizado a felicidade genuína, nos submetendo a uma felicidade cada vez mais condicionada, onde toda e qualquer satisfação advém do quanto nos assemelhamos os padrões sociais. Dessa maneira, o consumo desmedido e impróprio de realidades fictícias é precursor de diversas problemáticas sociais e, na forma como se encontra, deve ser combatido diuturnamente. Soluções ativas devem ser implementadas para superar os problemas advindos do excesso de busca pela perfeição. Assim, redes sociais como Instagram, Facebook, dentre outras, devem adotar políticas de incentivo à pluralidade de estilos de vida e estética corporal, assim como atuar no combate a propagação dos padrões de beleza impostos a fim de que haja conforto no compartilhamento de diversas realidades. Ademais, as instituições e ensino poderiam trabalhar na realização de campanhas midiáticas e presenciais permanentes, com o propósito de esclarecer os aspectos negativos da comparação e ressaltar a importância da disseminação da felicidade genuína, da pluralidade de belezas e dos cuidados com a saúde mental. Nesta perspectiva, construiremos uma sociedade saudável e com maior grau de veracidade em suas relações sociais.