No livro de Guy Debard “a sociedade do espetáculo ”, os seres humanos chegaram a beira do precipício, presos em vitrines em estado constante de vigilância, em dicotomia ao fato que foi auto infligido. O livro em questão data do século passado, porem a preocupação da necessidade de fazer parte da sociedade e preencher seu padrões, não é relativamente nova, tendo suas raízes desde as primeiras civilizações, porem na sociedade contemporânea recebe um novo furor e massificação por conta das mídias e a chamada vida em rede. A animação de Steve Cutts, pessoas vidradas nas telas de celulares, tanto que o mundo ao seu redor torna-se meros borrões. Em paralelismo a isso o desenvolvimento de necessidades quase obsessivas para se assemelhar as pessoas a qual são mais seguidas no Instagram, Facebook, Twitter, entre outros. Tornando-se assim, escravas de dietas, compras e estilos de vidas a qual os levem a mesma exposição que aqueles que seguem, sem porem se importar com a saúde mental, física ou segurança. Em 2009 era estreado nos Estados Unidos o filme “Preciosa”, onde o qual a personagem principal tinha delírios que possuía corpo esbelto, pele branca e lindos cabelos loiros o padrão de beleza, porem ao despertar de seu surto constatava que não possuía nenhum desses atributos, entrando assim em estado de revolta e depressão. Em consonância ao vivido ao diariamente por todas as faixas etárias, a qual a vida de fantasia vivida nas mídias, não possui nenhuma característica da real. Nos outdoors, nas propagandas, nas novelas, nos tipos de roupas, em todos os lugares podem ser vistos padrões que são impossíveis para boa parte da população, mas de maneira quase impositiva as pessoas são levadas a alcança-los. Já dizia Patrick Henry ex-governador do Estado da Virginia do século 18 “a sociedade tende a fechar seus olhos para um verdade dolorosa”. Cabe, assim, ao Ministério das Comunicações o desenvolvimento de medidas para barrar a divulgação de conteúdos de teor indutora a exclusão ou imposição de padrões que de alguma forma sejam prejudiciais a saúde mental ou física.