Título da redação:

O paralelo frente a ditadura da pseudo felicidade no mundo contemporâneo.

Proposta: As mídias sociais como impulsionadoras da busca pela perfeição

Redação enviada em 07/09/2018

A busca por passar uma uma imagem perfeita já é contextualizada desde muito tempo, a mitologia grega narra a história de Narciso, jovem belo e atraente, na qual sua maior preocupação era em repassar uma imagem perfeita para a sociedade. Porém, morreu as margens de um rio contemplando sua própria imagem. No cenário contemporâneo, as mídias sociais corroboram para que as pessoas vivam a ditadura da felicidade, mesmo que essa não tenha relação com a realidade. Em primeira análise, é crucial refletir sobre a forte censura frente às mídias sociais. Hoje, os meios de comunicação utilizam todos os recursos para prender o interlocutor, para que, assim, ele possa passar mais tempo conectado. Em razão disso, criou-se uma das mais importantes bolhas digitais: a ditadura da felicidade, mostrando não só a belos sorrisos, como também exemplos que podem ser seguidos. A questão que preocupa não são os gestos, mas sim o limite de exposição e a incompatibilidade com a vida real. Não é comum o registro de pessoas mostrando seus pontos fracos, no cenário virtual estabeleceu-se a necessidade em repassar a pseudo felicidade, levando o indivíduo a esquecer de viver o movimento, mas sim em registrar e mostrar para o mundo o que está acontecendo. Dessa forma, Sigmund Freud, pai da psicanálise, estava certo quando disse que "preocupar-se excessivamente com o eu é uma doença que irá se perpetuar sobre décadas, já que o homem tem resistência em transparecer seus pontos fracos." Ademais, para Zygmunt Bauman, sociólogo e mentor da teoria da modernidade líquida, a era digital tem por função tornar tudo efêmero, afeta diretamente nas relações que antes eram sólidas, prova disso é que as pessoas estão se afastando uma das outras, na contemporaneidade tem-se a disputa por maiores números de seguidores e fãs do que de amigos, levando o indivíduo a desconhecer o real sentido da palavra limite, já que ele faz coisas que muitas vezes não lhe agradam para conseguir seguidores. Logo, é notório que as mídias sociais assumem papel paradoxal, pois a internet perde sentido quando torna as pessoas uma multidão de seres que visam apenas uma vida de aparências ao invés utiliza-la como ferramenta de progresso. Sendo assim, pode-se dizer portanto, que como a busca pela perfeição altera o modo de vida das pessoas, trata-se um problema de saúde pública. Com isso, cabe ao Ministério da Saúde em parceria com o Conselho de Autorregulamentação Publicitária criar campanhas que tragam o seguinte tema: consequências pela perfeição frente às mídias sociais, abordando o assunto em programas de televisão, outdoor, tendo como finalidade o maior alcance de telespectadores e tornar esses mais críticos diante dos fatos. Às escolas, por meio de rodas de conversas aos finais de semana com pais e alunos podem debater sobre a importância da auto aceitação, instruindo a comunidade como um todo a fazerem bom uso da internet, tendo objetivo tornar a ferramenta utensílio na construção de pessoas esclarecidas diante dos fatos e promovendo a expansão do conhecimento.