As emoções humanas impulsionam suas ações. Um cheiro, um gosto, um som ou então uma imagem, trazem aos indivíduos um sentimento de nostalgia, de recordação de um bom momento. Sabendo, contudo, que a felicidade não é constante, percebe-se a consolidação de mecanismos que capacitam a observação desse sentimento vivido por outras pessoas, o que pode ser prejudicial. Evidentemente, a felicidade é um estado momentâneo. Buscá-la ininterruptamente gera dependência, o que causa efeitos colaterais visíveis na atualidade. Sob essa ótica, nota-se que a depressão ganha espaço na sociedade e, dessa forma, torna-se, para os indivíduos, cada vez mais necessário demonstrar controle sobre suas vidas, compartilhando boas experiências e sensações. Entretanto, essa felicidade superficial não preenche o vazio existencial das individualidades. Assim, a busca pela perfeição promovida pela comunidade das redes sociais faz da realidade uma ficção. Nessa perspectiva, percebe-se que grande parte da população fragiliza-se diante dos problemas, acostumada com o irreal das mídias. Além disso, as fotografias, que até a década passada serviam para recordações subjetivas, hoje funcionam como uma forma de transformar uma vida presente. Por conseguinte, implantam-se, na sociedade, um conjunto de relações líquidas, passageiras e teatrais. Em suma, a busca por perfeição causada pelas mídias sociais apenas afasta o ser humano da felicidade. Essa situação deturpa a percepção das pessoas e as vicia na busca de um sentimento que, de acordo com Nietzsche, não pode ser constante, pois perderia seu valor. No entanto, por se tratar de valores subjetivos, apenas reflexões individuais esclarecem os seres para a realidade.