Título da redação:

Falsas ideias

Tema de redação: As mídias sociais como impulsionadoras da busca pela perfeição

Redação enviada em 13/09/2018

Emergiu-se, no século XXI, um movimento voltado ao melhor estilo de vida: “geração saúde”. Todavia, a falta de políticas que visam educar o cidadão faz-o vítima da manipulação de empresas com fins tendenciosos. Assim, os meios midiáticos apresentam-se dicotômicos, e a busca pelo corpo saudável sofre reflexos negativos, seja pela idealização de estilos de vida intangíveis à realidade, seja pela falta de estruturação psicológica para filtrar a enxurrada de propagandas voltadas a beleza corporal. De mesmo modo, como na obra machadiana, Dom Casmurro, onde a personagem Bentinho enxerga na sua vizinha Capitu a perfeição, devido a um grande amor de infância e a capacidade manipuladora, nos olhos de ressaca, da menina, verifica-se comportamentos similares nas redes sociais como o Facebook e Instagram. Os usuários dessas plataformas de interatividade online são acometidos, a todo momento, por milhares de propagandas, postagens de perfil ou fotos aleatórias destinadas a propagarem um mundo irreal, no qual a tristeza não exista e a busca pela perfeição é idealizada. Desse modo, aqueles que foram ludibriados pelas falsas informações, por intermédio de edições de fotos, "fake news" e propagandas enganosas veem-se como escória social por não terem ou não enxergarem possíveis maneiras de alcançarem os padrões de beleza. Outrossim, nota-se como fomentador do impasse a falta de discernimento crítico para entender e filtrar as centenas de notícias que, graças aos avanços tecnológicos pós Revolução Industrial, século XVIII, são acessíveis à população. De maneira análoga às pessoas que viviam acorrentadas e acreditavam em sombras de objetos que transluziam pelas paredes, mediante à luz de um fogueira, na alegoria da caverna de Platão, a escravização mental causada pela frustração em não atingir objetivos inatingíveis, como beleza, fama e riquezas de maneira instantânea e irreal destina o ser ao sôfrego por aquilo que não se pode alcançar. À vista do supracitado, urge a premência de atitudes do Governo para desmistificar padrões de vida e oferecer suporte ao corpo social. Destarte, o Ministério da Educação (MEC), com apoio das prefeituras locais, deve proporcionar debates em escolas e praças públicas sobre maneiras coerentes de enxergar e filtrar aquilo que é propagado na mídias sociais, por meio de psicólogos pagos com impostos voltados ao uso escolar, pois como dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação muda as pessoas, e essas mudam o mundo. Por conseguinte, afim de que o tecido social se desprenda de certos tabus e não viva mais sob as sombras como os acorrentados na caverna platônica, os cidadãos desfrutaram de suas vidas entendendo que há limites para o corpo e ideais intangíveis ao real devem permanecer nos no mundo inteligível.