Em “Ética a Nicômaco”, Aristóteles identifica a felicidade como o fim das ações humanas e o bem mais desejado pelos homens. Partindo desse pensamento, hodiernamente, as mídias sociais têm exercido um papel crucial nesse conceito de felicidade, mas tal relação entre homem e tecnologia chega a ser nociva, pois a ideia de vida perfeita que é transmitida nas redes sociais nem sempre condiz com a realidade. Desse modo, quem está do outro lado tem a sensação de que sua vida não é boa o bastante, o que pode desencadear a não aceitação de si mesmo, além de problemas psicológicos, como a depressão. A priori, é importante destacar que o ato de se comparar aos outros por intermédio das mídias sociais já se tornou algo extremamente comum. Segundo pesquisa realizada pela ONG inglesa Girlguiding, uma em cada três meninas demonstram-se preocupadas em se igualar as outras garotas por meio das redes sociais. Com base nisso, percebe-se o quão prejudicial essa prática pode ser, visto que, quando essas jovens não atingem certo ideal de beleza, que julgam como o mais aceito, devido à propagação da mídia, podem desenvolver transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, além de apresentarem quadros depressivos. Ademais, como citado anteriormente, segundo Aristóteles, o homem está, constantemente, em busca da felicidade. Dessa forma, ele não aceita que sua vida seja intercalada por momentos felizes e tristes, pois somente as sensações boas importam, entretanto a vida se configura dessa forma, ninguém é feliz o tempo inteiro. A partir de tal ideia, ao acessarem as mídias sociais, deparam-se com a felicidade estampada no rosto de pessoas, que aparentam não sofrer com nenhum problema no trabalho ou em sua vida pessoal, o que levanta certos questionamentos sobre o próprio estilo de vida, aumentando a insatisfação e, consequentemente, os casos de depressão. É evidente, portanto, que as mídias sociais causam impactos negativos à sociedade ao propagarem uma imagem de “vida perfeita” que certas pessoas levam. Diante disso, para amenizar esse impasse, as Secretarias de Desenvolvimento Social, juntamente com alguns influenciadores digitais, devem organizar campanhas de conscientização , mediante vídeos que devem ser veiculados nas próprias redes sociais transmitindo a mensagem de que eles são pessoas comuns, que também enfrentam problemas e que nem sempre estão felizes, como é demonstrado nos perfis do Instagram. Dessarte, após a divulgação dessas campanhas, jovens e adultos se sentirão mais à vontade com o próprio estilo de vida.