Título da redação:

Médicos de si

Proposta: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 06/04/2016

O alastramento de crises econômicas -bem como sociais- sombreia e afeta os demais âmbitos que estruturam a sociedade. Nesse cenário, a saúde pública é posta como uma esfera fragilizada. Sendo assim, os efeitos desse obstáculo podem ser observados desde a superlotação dos leitos hospitalares até a automedicação da população. Este último, enraizado na cultura brasileira, emerge como a maior dificuldade de superação da sociedade. Em primeiro lugar, é importante pontuar a responsabilidade da má gestão da saúde pública na automedicação da população. As longas filas de espera do Sistema Único de Saúde aliada à insuficiência de profissionais contribuem para a hierarquização dos problemas. Dessa forma, as complicações de saúde mais graves serão passíveis de atendimento, como os casos de emergência. Por sua vez, as complicações mais amenas estarão sujeitas à livre iniciativa do próprio indivíduo de receitar seu medicamento. Além disso, é importante destacar as consequências geradas pela prática da automedicação. A adesão a conhecimentos dotados do senso comum constitui, majoritariamente, o alicerce de tal prática. Dessa forma, o uso de remédios ou injetáveis desconsiderando o metabolismo próprio de cada indivíduo pode gerar efeitos desagradáveis. Os elevados índices de intoxicações ou alergias decorrentes do uso não recomendado refletem de maneira nítida essa problemática. Em linha tênue, a fixação da automedicação nas bases sociais brasileiras é outro fator que demanda atenção. Nesse sentido, a automedicação se constitui como um rio principal de dificuldades onde recai as entraves trazidas por outras esferas afluentes. Tal fato pode ser observado a partir da relação existente entre o mau gerenciamento dos postos públicos de saúde e o estabelecimento da automedicação. Fica claro, portanto, a necessidade de romper com essa cadeia de problemas. Assim, o governo deve investir na estruturação e melhoria dos sistemas públicos de saúde. Faz-se necessário, também, o trabalho conjunto do Ministério da Saúde e da mídia na divulgação dos riscos trazidos pela automedicação, visando à redução dessa prática. Faz-se igualmente relevante a criação de barreiras, por parte do governo, que delimitem a compra de medicamentos sem prescrição médica. A partir da concatenação desses fatores seria possível um progresso pautado pela conscientização das posturas e ações dos indivíduos.