Título da redação:

Me da uma pílula aí?

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 14/07/2016

Automedicar-se é o ato de usar qualquer droga, sem a indicação de um expert na área da saúde, e, principalmente, sem o conhecimento de seus efeitos colaterais. Tal situação ocorre, pois, normalmente, o povo não tem acesso a um atendimento médico de qualidade. Dessa forma, é de extrema urgência nos atentarmos a respeito dos riscos do uso de medicamentos sem entendimento sobre o assunto. Filas gigantescas em hospitais, falta de atendimento médico e a inexistência de medicamentos necessários a sobrevivência humana em farmácia hospitalar, são algumas das problemáticas envolvidas na atenção básica da saúde no Brasil. Dessa forma, sem alcance do direito à vida, protegido pela constituição federal, a qual foi promulgada em 1988, o povo vai a farmácia e compra seu tratamento medicamentoso, sem conhecimento das consequências do uso inadequado de fármacos. Tal negligência é observada diariamente na vida de muitos brasileiros, os quais, sem passar por um atendimento de um especialista, gastam grande parte de seus salários em farmácias. Com essa automedicação, muitas vezes, o tratamento desencadeia efeitos adversos, logo, esses pacientes voltam a esses mesmos lugares, em busca de novos tratamentos que minimizem as consequências negativas da automedicação. Nessa perspectiva, Carlos Lima, presidente do Conselho Federal de Medicina-CRM- ratifica a importância da assistência médica, informando que as pessoas não têm o entendimento necessário a respeito da toxicidade envolvida no uso incorreto de medicamentos, levando, muitas vezes, o paciente a óbito. Sendo assim, é clara a situação caótica nesse âmbito, desencadeando erros que podem prejudicar a saúde da população do Brasil. Cabe apontar nesse sentido, entre a falta de atendimento médico à população e entre a automedicação, costume usual daqueles que são desprovidos de direitos, consequências negativas, as quais ocorrem diariamente nesse panorama. Nessa conjuntura, no Rio Grande do Sul, um balconista dispensou uma medicação a um comprador de seis anos. Esse jovem de baixa renda, sem condições de pagar por um atendimento médico, não tinha idade suficiente para entender o processo de administração do fármaco, e, com a ausência de seus responsáveis, morreu por usar uma dosagem maior do que a recomendada. Além disso, o Ministério da Saúde, no ano de 2015, liberou dados por meio de pesquisas farmaco-econômicas, mostrando que a prevenção de doenças é algo de extrema importância no bolso do consumidor, pois uma doença quando não tratada no início do diagnóstico, em pouco tempo pode se cronificar. Dessa forma, algo que poderia ser tratado com uma simples terapia medicamentosa, agora, necessitará de diferentes classes de fármacos na tentativa de combater essa patologia. Desse modo, fica claro o quão é importante assistência médica e a minimização do ato de se medicar, ou seja, sem o aconselhamento de estudiosos na área da saúde. Fica evidente, portanto, que todos podemos contribuir para diminuir essa problemática no país. As escolas de medicina devem estimular seus alunos a trabalharem mais horas em comunidades carentes em saúde. Em vista disso, é necessário na grade curricular desses alunos a obrigatoriedade de trabalhos comunitários. As farmácias devem contratar mais profissionais farmacêuticos que fiquem nesse local instruindo os pacientes sobre a utilização racional desses fármacos. Nesse cenário, em locais públicos, panfletos devem ser distribuídos sobre essa questão, conscientizando a população sobre os riscos da automedicação. Somente assim, por meio de informações, diminuiremos os números de acidentes causados pela administração de um tratamento sem informações a respeito do assunto e possivelmente acidentes causados por falta de conhecimento.