Título da redação:

"Mãe, to com dor de cabeça, qual remédio eu devo tomar?"

Proposta: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 02/07/2016

A "autodiagnosticação" se tornou algo bem comum no país. A grande burocracia envolvida em hospitais e clínicas acaba afastando pacientes com sintomas mais brandos, estes acabam por optar pela solução mais simples e "otimista", declarando o sintoma como algo irrelevante e o tratando como tal. Porém, muitas doenças graves tem sintomas leves e até mesmo são assintomáticas, o que torna essa automedicação extremamente perigosa, capaz de causar danos irreversíveis ao indivíduo a longo prazo. Segundo dados divulgados pela SINTOX, 28% das notificações de intoxicação foram devido ao uso de medicamentos. Entretanto, isso tudo nos remete a uma questão social. Má administração de hospitais e clínicas, insaturação de profissionais qualificados e demora de atendimento acabam por tornar o diagnóstico demorado e algumas vezes errôneo, que causa no indivíduo uma insegurança na entrega de seu tempo para determinada conclusão, já que há uma grande praticidade na medicação sem receita, e isto é um fator extremamente influente. A partir desses fatos, é visível os aspectos que os mesmos provocam como consequência direta, entre eles está a inclusão da cultura da automedicação. Todavia, uma combinação errada de medicamentos pode fazer com que um anule ou potencie o outro, quando se trata de antibióticos o uso excessivo pode selecionar microorganismos resistentes, afetando a eficácia de um possível tratamento futuro e afetando também o equilíbrio natural do corpo. É assim que uma "simples" dor de cabeça considerada irrelevante pode trazer graves e inesperadas consequências, não só para o indíviduo como para toda uma sociedade que vive ás margens de tais escolhas. Logo, o uso irracional de medicamentos pode causar consequências diversas, entres elas a morte. Portanto, o início de uma mudança está na educação básica de saúde, como menciona Immanuel Kant, "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele".Pessoas sem instrução tendem a fazer o que está mais próximo de seu alcance, sem tornar necessária uma consulta intelectual antes de sua decisão. A compra de medicamentos é extremamente simples, fato que agrava mais ainda o problema, há necessidade de limitar a venda de medicamentos sem nenhuma recomendação profissional para tornar o hábito de automedicação mais inibido. A deficiência administrativa e profissional de pontos de saúde deve ser melhor considerada e analisada pelas instituições governamentais a fim de erradicar o problema. Enfim, há uma responsabilidade social e política para combater essa cultura enraizada no país.