Título da redação:

Hábito Nocivo

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 12/04/2016

A automedicação é uma cultura perigosa e intrínseca na sociedade brasileira. Para Platão, “Não basta viver, mas viver bem.” O uso indevido e irracional pode trazer consequências graves como intoxicação, dependência química e até a morte. Esse hábito é causado pelo fácil acesso aos medicamentos, propagandas destes, uso indevido e até mesmo pelo descrédito no Sistema Único de Saúde. Deve-se questionar esse costume e discutir acerca das causas e das consequências do seu uso indiscriminado. O excesso de propagandas relacionadas aos medicamentos fomenta o hábito de se automedicar. Observa-se com frequência campanhas promovendo o consumo em diversas mídias – televisão, revistas, jornais e internet. Com isso, o cidadão associa um suposto sintoma ao remédio, e como o acesso a eles em farmácias e drogarias é muito fácil, acaba-se adquirindo ele sem consulta a um especialista. Além disso, o descrédito da população no Sistema Único de Saúde é evidente. O programa do Governo Federal apresenta muitas falhas estruturais e elas fazem com que o indivíduo evite os Postos de Saúde, ocasionando a automedicação. Ademais, esse costume implica em um uso abusivo e irracional. O consumo inconsciente de antibióticos gera mutações em bactérias, tornando-as resistentes aos mesmos e dificultando o tratamento. Deixa-se claro que esse tipo de uso precisa ser evitado. Por causa desse hábito as consequências podem ser extremamente perigosas. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária a intoxicação por medicamentos ocupa o primeiro lugar no Brasil, superando a por alimentos e produtos de limpeza. Mais além, o consumo indiscriminado pode ocasionar dependência química, e quando percebe-se o vício, pode ser muito difícil parar o seu uso. Além disso, a automedicação pode maquiar o sintoma de uma doença grave. Por causa do tratamento paliativo quando descobre-se o verdadeiro diagnóstico, geralmente é tarde, ocasionando a morte. Evidenciam-se as consequências e isso ratifica que esse costume deve ser evitado. Dado o exposto, deve-se, portanto, definir o compartilhamento de responsabilidades. O Estado precisa expandir leis que limitem a compra e a venda de fármacos e com isso, fiscalizar periodicamente farmácias e drogarias para garantir o cumprimento da mesma; a sociedade precisa fomentar campanhas educativas nas diversas mídias informando as consequências da automedicação e deixar claro que é perigoso. Ademais, ela precisa criar diretrizes na educação em escolas começando pelo ensino fundamental de como pode tornar-se nocivo o uso inconsciente; o cidadão precisa conscientizar-se e procurar sempre que possível a orientação de um especialista, independente do sintoma. Por meio dessas medidas, a máxima de Platão poderá ser aplicada.