Título da redação:

Frutos de uma indústria farmacêutica

Proposta: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 16/09/2016

Desde a antiguidade, quando Galeno, o “pai da farmácia”, utilizava vinho e plantas para curar enfermidades, o homem faz o uso de medicamentos. No Brasil, a partir da Era Vargas, a produção de fármacos passou a ser em massa, facilitando o acesso para a população, mas também dando caráter capitalista ao que se tornou a indústria farmacêutica. Contudo, é necessário questionar os benefícios e riscos do simples acesso a medicamentos, e buscar uma solução para quaisquer problemas que se apresentem. É perceptível o lado benéfico, afinal, o comércio de fármacos, além de gerar grande capital e possibilitar a melhora de muitos casos clínicos, permite que a população receba produtos testados e não necessite de receita médica para a compra de alguns medicamentos. Desta forma, há redução de filas em hospitais e unidades de pronto atendimento. No entanto, o que se assemelha a uma solução para a comunidade brasileira, não mascara completamente os riscos da compra e uso, muitas vezes, irracional de produtos farmacêuticos. Uma outra visão do caso se mostra alarmante, pois, após a industrialização, houve um distanciamento dos profissionais de saúde para com a população, reduzindo a visão humana e priorizando a visão capitalista. Tal fato implicou, também, na cultura da automedicação, ou seja, a ideia de que medicamentos podem ser indicados por vizinhos ou amigos. Esta atitude, influenciada por propagandas ou fala popular, traz grande risco, uma vez que grande parte da comunidade é leiga. Logo, a falta de informação a respeito da finalidade de determinado remédio, efeitos colaterais ou interações medicamentosas, pode não apenas resultar na continuidade da doença, mas também em uma piora do caso, óbito ou perda da função de determinados órgãos. Portanto, para que ocorra uma quebra da cultura da automedicação, é necessário que a população perceba os perigos que tal atitude traz à saúde. Isto é possível através de palestras e do investimento, por parte do governo, na educação e na saúde, implantando, também, programas como a atenção farmacêutica no Sistema Único de Saúde, possibilitando o acompanhamento e aconselhamento de cada cidadão a respeito do uso de remédios.