Título da redação:

Distorção

Proposta: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 09/04/2016

Avanço medicinal. Tecnologia. Pesquisa científica. Esses são alguns dos fatores que, juntos, possibilitaram a descoberta de inúmeros medicamentos, diminuindo os efeitos que a resistência do meio impõe na espécie humana. Embora tais substâncias sejam significativas ao aumento da expectativa de vida e erradicação de doenças, seu uso indiscriminado e, sobretudo, incorreto, compromete a saúde das populações, principalmente a brasileira, a qual tem essa prática enraizada em sua cultura e apresenta condições favoráveis que permitem a transmissão desse “mau hábito” para as gerações. Em primeiro lugar, é válido analisar a falta de conhecimento do indivíduo acerca dos riscos provenientes da automedicação. Apesar das indústrias farmacêuticas fornecerem a bula de seus produtos, a linguagem dessas cartilhas informacionais é –em sua maioria- rebuscada, dificultando a compreensão do consumidor a respeito das advertências ali apresentadas. Ademais, a ausência de campanhas de conscientização promove uma maior banalização do assunto, deixando o cidadão com o falso pensamento de estar realizando um ato inocente. Desse modo, a ingestão de medicamentos torna-se acrítica e alienada, reforçando o imediatismo do homem moderno. Cabe apontar também, as dificuldades em fiscalizar a venda de remédios nas farmácias e drogarias. A fim de aumentar os lucros, boa parte desses estabelecimentos exigem a apresentação de receita apenas na compra de remédios “tarja preta”, desconsiderando os outros de efeitos “inferiores”. Nesse contexto, o número de óbitos causados por alergias, problemas cardíacos, seleção de superbactérias e dependência aumentou nos últimos anos, afetando o já frágil sistema de saúde pública do país. Assim, a necessidade de transformar esse cenário torna-se urgente a fim de que mais pessoas não sejam afetadas devido à irresponsabilidade com o próprio corpo. Fica claro,portanto, que a automedicação promove uma distorção do real objetivo de medicamentos, trazendo riscos à vida de quem realiza essa atividade. Para atenuar essa situação, o governo deve reforçar as medidas que obrigam a venda de qualquer medicamento apenas sob prescrição médica, criando projetos de lei que exijam a inserção desses documentos na declaração de tributos da farmácia e a adoção de uma linguagem mais concisa nas bulas por parte dos laboratórios. A família e a escola também podem ajudar, estabelecendo uma parceria e orientando os mais novos sobre o uso consciente de medicamentos e a importância dos profissionais de saúde. Dessa forma, a cultura brasileira, tão diversificada, não contará com tantos hábitos prejudiciais ao bem estar de sua sociedade.