Título da redação:

Cura Instantânea

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 24/07/2017

A Segunda Revolução Industrial se estendeu de aproximadamente 1850 até 1970 em países como Itália, Alemanha, Japão e Rússia, abrangendo novos setores industriais com destaque para o campo farmacêutico. Em decorrência de tal marco, no fim da década de 90 o Brasil sancionou uma lei que proporcionou a popularização de fármacos através da criação dos medicamentos genéricos que são no mínimo 35% mais rentáveis do que os originais, possibilitando maior facilidade de aquisição àqueles que possuem condições sociais inferiores. Primordialmente, é importante destacar que, a automedicação é um embaraço contemporâneo que causa grande preocupação a entidades públicas de saúde como a OMS. No Brasil, o sucateamento da saúde pública tem sido um cofator agravante da automedicação, visto as inúmeras barreiras impostas para o acesso às Unidades Básicas de Saúde e aos Hospitais de Pronto Atendimento, principalmente em regiões em que o desfavorecimento social é marcante. Além disso, segundo dados do TCU (Tribunal de Contas da União) 64% dos hospitais do país estão sempre com superlotação, o que gera filas inacabáveis fomentando uma triste realidade em que muitas pessoas acabam perdendo suas vidas antes mesmo de receberem atendimento. Da mesma forma, outro grande dificultador da extinção do problema são as propagandas que incentivam sem nenhuma taxação a automedicação em veículos midiáticos de grande influência (televisão, internet). Ademais, a complexidade na linguagem das bulas impede que o paciente, leigo no assunto, tenha uma visão clara dos efeitos colaterais de um fármaco, afetando principalmente a população analfabeta funcional visto que, segundo o INAF (Indicador de Alfabetismo Funcional), atualmente apenas 8% dos brasileiros têm condições plenas de interpretação básica. Com tudo isso, é perceptível que para resolver essa situação é necessário deslindar questões básicas de cunho social que o Governo Federal tem grande influência. Portanto, medidas são necessárias para solucionar o impasse. Deve-se haver uma preocupação maior do Ministério das telecomunicações com relação ao conteúdo influenciador que as grandes mídias exercem sobre a população, criando assim leis que proíbam propagandas de consumo direto de medicamentos sem antecedente profissional. Esses conteúdos, podem ser substituídos por campanhas que alertem a população sobre os riscos da automedicação, da forma mais clara possível, podendo ser elaboradas pela OMS e o Ministério da Saúde. As empresas de medicamentos, devem reformular a confecção de bulas de modo a facilitar a compreensão do público leigo/alvo que não tem o dever de ter conhecimento prévio sobre tais assuntos.