A Agência Nacional de Vigilância Sanitária resolve adotar, em 2010, medidas restritivas à venda de antibióticos no Brasil, em virtude dos inúmeros problemas causados pela automedicação. É possível afirmar, assim, que tal procedimento é mais prejudicial do que benéfico, Isso não apenas pode inibir diagnósticos mais precoces mas também agravar um quadro patológico, bem como estimular o organismo ao vício de certos tipos de medicamentos. Segundo Aristóteles, o homem é um ser social. Isso explica a perpetuação da cultura da automedicação dos brasileiros, o que é extremamente prejudicial à saúde, já que uma medicação pode inibir os sintomas de uma doença ainda mais grave e consequentemente atrasar diagnósticos, tornando-os, muitas vezes, irreversíveis. A Teoria da Seleção Natural de Darwin explica, de forma clara, um dos problemas causados pela automedicação. O uso indiscriminado de antibióticos, por exemplo, pode selecionar bactérias resistentes a esses medicamentos, as chamadas superbactérias, como a KPC, responsável pelo crescente número de mortes por infecção hospitalar, ou seja, a má administração desses medicamentos pode agravar um quadro patológico. Outrossim, a indústria farmacêutica, visando seus lucros pessoais, incentiva o uso de medicamentos com dosagens, cada vez mais forte, a fim de que seus usuários tornem-se dependentes dessas drogas, por ela produzidas. Como vários desses produtos são vendidos sem prescrição médica, o indivíduo pode adquiri-los livremente, de modo a se tornar um potencial dependente. Desse modo, o Ministério da Educação, em conjunto como Ministério da Saúde, devem investir na educação da sociedade, pontuando palestras e debates nas escolas, visando resultados a longo prazo, propagandas publicitárias nos diversos meios de comunicação e orientação direta às famílias através de Agentes Comunitários de Saúde, com a finalidade de obter resultados a curto prazo, e ainda, criação de um sistema online integrado, para auxiliar o controle da comercialização de medicamentos pelos órgãos fiscalizadores.