Título da redação:

Automedicação ou autodestruição? Eis a questão

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 31/03/2016

A automedicação é uma prática extremamente perigosa e se torna ainda mais nociva quando praticada em larga escala. Além disso, a falta de informação e um precário sistema de saúde não só colaboram com o aumento da automedicação, mas também possibilitam a transformação da prática em hábito. Como se não bastassem os efeitos colaterais e adversos que podem ser causados ao organismo pela ingestão de qualquer medicamento; a automedicação pode agravar exponencialmente a situação do praticante: mascarando doenças, causando reações alérgicas ou dependência química. E quando ela é exercida por grande parte da população, como acontece em nosso país, pode aumentar a resistência de microorganismos (seleção natural) e inibir a eficácia dos remédios existentes; deixando a sociedade ainda mais vulnerável. Ademais, conforme a Revista Ciência & Saúde Coletiva, no Brasil 35% dos medicamentos adquiridos são direcionados para a automedicação. Esses medicamentos respondem por 28% de todas as notificações de intoxicação e 16% dos casos notificados levam à morte, ou seja, à autodestruição. A demora nos atendimentos nas unidades de saúde, a dificuldade de conseguir uma consulta médica especializada ou de realizar exames simples, além da possível falta de recursos financeiro para ter acesso ao médico; somadas à falta de conhecimento sobre os riscos e as consequências da automedicação; são os principais fatores que colaboram com o aumento desse ato entre os brasileiros, porque torna-se mais prático consultar um amigo, um profissional não habilitado ou até mesmo a internet para “solucionar” o quadro clínico. Dessa maneira, a automedicação será cada vez mais aceita com normalidade entre os cidadãos e a prática transformada em mau hábito. Portanto, é preciso que o Governo Federal invista em amplas campanhas nacionais para conscientizar, desde as crianças que estão no ensino básico até aos idosos, sobre os riscos as as consequências causadas pela automedicação; através de propagandas adequadas para cada grupo etário, que deverão ser disseminadas pelos recursos midiáticos. Além disso, é primordial que o governo aplique vultosos investimentos na saúde pública do Brasil, aumentando o número de hospitais e profissionais, melhorando os salários e garantindo as condições materiais necessárias para que o atendimento seja rápido, eficaz e de fácil acesso para todos. Dessa maneira, a automedicação será desarraigada da nossa cultura colaborando com o bem social e individual dos brasileiros.