Título da redação:

Automedicação em questão de Brasil

Proposta: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 07/07/2017

Durante boa parte da história, o acesso a médicos e remédios era um privilégio da aristocracia. Contudo, com o avanço da medicina e a implantação do Sistema Único de Saúde no Brasil, essa realidade se estendeu para a classe mais baixa. Entretanto, muitas pessoas se aproveitam da facilidade na compra de medicamentos para se automedicarem, prática essa que põe suas vidas em risco, mas que tem se tornado cada vez mais frequente. Portanto, faz-se necessária a análise das causas dessa problemática para que ela seja devidamente solucionada. Em primeiro lugar, é preciso analisar a precariedade do sistema de saúde pública. Embora o SUS tenha aproximado as pessoas pobres dos hospitais, clínicas e profissionais da área, o serviço oferecido é de baixa qualidade, haja vista a demora de meses para uma mera consulta e a desqualificação dos médicos, que na maioria dos casos é indiferente ao paciente. Nas situações de urgência e emergência, geralmente faltam medicamentos, leitos e até mesmo atendimento para o indivíduo. Nesse contexto, a população, já conhecedora da situação precária do sistema, prefere se automedicar, opção essa que aparenta ser mais eficaz. Em segundo lugar, entra em questão a facilidade de acesso aos medicamentos. Ainda que as farmácias convencionais sejam rígidas na venda de antibióticos e remédios tarja-preta, existem estabelecimentos clandestinos que os vendem sem nenhuma restrição, tornando assim acessível a automedicação. Isso acontece pois, ainda que exista fiscalização na compra e venda desses produtos, ela não é feita de forma severa, dando legalidade para fraudes. Ademais, segundo a teoria Marxiana, a economia é a base da sociedade. A indústria farmacêutica movimenta milhões de reais e tem inovado cada vez mais em seus medicamentos. Sendo assim, as empresas do gênero, visando apenas o lucro, por meio de comerciais na televisão, implicitamente incentivam o consumidor a ingerir o seu produto. Além disso, o Estado não promove campanhas de conscientização o suficiente para sensibilizar a população acerca dessa problemática. Esses fatores aumentam a chance de um indivíduo recorrer à automedicação, que representa um grande risco para sua saúde. Tendo em vista os argumentos apresentados, é possível constatar que a população, involuntariamente, é motivada a se automedicar. Portanto, o Estado em parceria com o Ministério da Saúde, deve investir mais na saúde pública visando sua maior estrutura e atendimento. Também devem, juntamente com a Polícia Federal, realizar a fiscalização de compra e venda de medicamentos de forma mais rígida e investigar farmácias clandestinas, bem como sua apreensão. Além disso, devem ser realizadas campanhas de conscientização, com o intuito de alertar sobre perigo chamado automedicação.