A vontade de aliviar sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo - comuns à maioria das doenças- alimenta o hábito da automedicação. No entanto, esse comportamento cotidiano , que parece simples, pode causar consequências graves, uma vez que a automedicação é capaz de levar o indivíduo ao vício, como também selecionar bactérias resistentes aos antibióticos. O uso indiscriminado de medicamento causa o vício, e , segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o número de viciados em remédios ultrapassa - até mesmo - os dependentes de outras drogas (heroína, cocaína, ecstasy, por exemplo). Esse vício é estimulado por fatores sociais. No Brasil, um desses fatores é a cultura, que foi construída a partir do hábito da fitoterapia, usada no passado como automedicação natural. No contemporâneo, essa prática se manteve, porém, com a maior facilidade em obter remédios industrializados, a fitoterapia foi substituída pelos químicos atuais, formando uma cultura imprópria à saúde. Além do vicio cultural, outra sequela decorrente da automedicação são as superbactérias , seres resistentes aos antibióticos. A facilidade de acesso a esses remédios e o não cumprimento das recomendações médicas promovem o surgimento desse tipo de bactéria. No Brasil, um exemplo desse biótico é a bactéria KPC, que causa mortes e está presente em vários hospitais do país, e foi encontrada até nos mares do Rio de Janeiro. Dado o exposto, a prática da automedicação causa problemas como o vício e as superbactérias. Nesse ponto, é relevante o uso da biologia medicinal nas escolas no intuito de inteirar as futuras gerações sobre o risco da automedicação, bem como pressionar o governo para formular leis que inibam a facilidade atual em obter medicamentos .