"De médico e louco, todo mundo tem um pouco". Está frase reflete bem um pouco da cultura brasileira, visto que é comum a prática da automedicação. Afinal, quem nunca tomou aquele analgésico para uma enxaqueca, ou determinado medicamento porque um amigo consumiu e funcionou com ele? No entanto, este costume, que parece ser inofensivo, com o passar do tempo, pode causar sérios danos à saúde. Os antibióticos, que são os agentes antibactericidas, são um dos mais usados sem prescrição médica. Isso contribui para uma futura ineficiência do medicamento, pois, ao usar sem recomendação adequada, pode provocar uma seleção dos agentes patogênicos(nesse caso, as bactérias) - que é explicada pela Teoria da Seleção Natural, de Charles Darwin -, dificultando a cura definitiva da doença, dado que as bactérias se tornam mais resistentes. Essas são conhecidas como superbactérias, comumente encontradas somente em leitos de hospitais, entretanto, com essa prática, este quadro pode mudar, passando-se a presenciar esses microrganismos nos mais diversos ambientes, aumentando dificuldade da comunidade científica. Outro fator preocupante é a mistura de vários medicamentos e/ou o uso abusivo dos mesmos, uma vez que pode desencadear reações alérgicas, dependência e em casos extremos, à morte. Na maioria das vezes não dá-se a atenção necessária a isso, todavia, a intoxicação por remédios, segundo a Anvisa, ocupa o primeiro lugar dentre os motivos de intoxicações no Brasil. É um caso de ameaça à saúde pública do país. Com o intuito de amenizar os problemas apresentados, torna-se imprecisdivel o início de um processo de educação científica da sociedade, para isso, o Governo deve investir em palestras abertas ao público e, no ensino básico, reforçar o aprendizado das ciência naturais aplicadas ao cotidiano. Desse modo, a população conhecerá os riscos da automedicação, deixando de praticá-la. Deve-se também, por parte do Ministério da Saúde, fazer uma análise dos medicamentos que mais causam tais problemas e, posteriormente, dificultar a compra dos mesmos de forma irresponsável, sempre necessitando de receita médica.