Charles Saint-Evermond, escritor francês do Século XVIII, dizia: "a saúde como a fortuna, deixa de favirecer os que abusam dela". No Brasil, devido a precariedade da saúde pública, a falta de informação e a cultura da automedicação, está havendo um favorecimento na mascaração de doenças graves e a intoxicação de indivíduos pelo uso indiscriminado das drogas lícitas. Em primeiro lugar, já é um costume entre os brasileiros o uso de analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios, e até antibióticos sem prescrição médica para tratar sintomas ditos comuns e fáceis de resolver. Isso acontece porquê as unidades de saúde públicas ão deficientes e não conseguem oferecer atendimento a todos os que precisam. Ainda, a população possui a crença que um remédio que funcionou para algum conhecido, aparentemente com os mesmos sintomas que os seus, resolverá sua enfermidade. Devido a isso quadros clínicos de intoxicação por uso indiscriminado de medicamentos são comuns no Brasil. Além disso, quando o corpo apresenta uma febre ou uma enxaqueca, por exemplo, pode, na verdade, ser sintomas indicando uma doença mais grave que deve ser tratada especificamente, e não apenas os incômodos superficiais. Nesse sentido, a automedicação pode prejudicar muito o bem estar do enfermo, e dificultar o tratamento de uma infecção ou um trauma neurológico, que foram negligenciados e tratados medicamentosamente como uma dor de garganta ou uma simples dor de cabeça. Portanto, mesmo que a automedicação já esteja enraizada na cultura dos brasileiros, existe solução. É necessário que o Governo Federal direcione verbas às unidades de saúde, e fiscalize as mesmas, afim de que a população tenha direito a atendimento médico quando precisar. É indispensável, ainda, que o Conselho Regional de Medicina se utilize dos meios de comunicação para conscientizar os indivíduos a respeito do uso negligente de remédios sem prescrição de um profissional.