A Revolução Industrial iniciada no século XVIII permitiu o desenvolvimento de novas tecnologias que promoveram a ampliação do campo de pesquisas na área das ciências medicinais. A consequência imediata dessa transformação foi o surgimento de novos medicamentos que reduziram drasticamente a taxa de mortalidade em toda Europa Ocidental. Entretanto, atualmente observa-se que muitos brasileiros passaram a fazer uso inconsciente e inadequado de remédios sem qualquer tipo de consulta a um profissional da saúde, de forma que tal comportamento poderá trazer danos ao organismo do usuário. O modelo capitalista adotado no Brasil faz com que as empresas de diversos setores busquem sempre o lucro por meio do consumo da população. Sendo assim, para a manutenção da indústria farmacêutica dentro do sistema capitalista é necessário que ela estimule a compra de remédios pelos brasileiros. Isso é feito por meio de uma série de publicidades que circulam nos canais midiáticos, as quais proferem palavras de tom persuasivo que tornam inevitável o consumo de medicamentos por uma parcela da população. Outro fator que promove a acentuação da automedicação é o stress vinculado a vida urbana nas grandes cidades brasileiras. O trânsito, a pressão do trabalho e a violência diária nos grandes centros fazem com que muitos brasileiros recorram a medicamentos para aliviar as tensões. Contudo, muitas vezes isso é feito sem qualquer tipo de prescrição médica, de forma que os riscos de aparecimento de uma reação alérgica ou de dependência com o remédio sejam acentuados. Portanto, é necessário que sejam criados órgãos federais especializados no desenvolvimento de propagandas que apresentem os riscos da automedicação. Essas propagandas podem circular no meio televisivo ou serem fixadas em outdoors nos centros urbanos. Além disso, é importante que as escolas desenvolvam palestras direcionadas aos alunos que tenham como tema os impactos fisiológicos da automedicação no organismo humano.