Dor de cabeça. Febre. Tosse. Resfriado. Esses são alguns dos sintomas que levam milhares de brasileiros a tomar uma decisão cômoda: automedicar-se. Essa cultura, instaurada na sociedade, possui causas preocupantes e impactos catastróficos. A ineficiência do sistema de saúde pública é um fator que auxilia a manutenção desse habito perigoso. No brasil, apresentar sintomas de doenças é sinônimo de preocupação, haja vista que conseguir acompanhamento médico rapidamente nem sempre é possível. Para passar por avaliações medicas, na maior parte das vezes, é preciso esperar várias horas, isso quando a única alternativa não é agendar a consulta para uma data distante. Isso faz com que muitas pessoas prefiram, por conta própria, ministrar seus remédios, o que nem sempre ocorre de maneira segura. Além disso, a facilidade de compra de medicamentos favorece a automedicação. A legislação brasileira é pouco rigorosa em relação a comercialização de medicamentos. Ao passo que a mesma permite que diversos medicamentos sejam adquiridos sem a prescrição de profissionais da saúde, a compra e a utilização desses ocorre com grande frequência. Com isso, fica evidente que a permanência dessa cultura na sociedade conta com contribuições significativas. Vale lembrar ainda, que as consequências desse cenário são, de fato, alarmantes. A automedicação, por ser realizada por pessoas sem conhecimentos precisos, é uma das maiores causas de intoxicação no pais. Além disso, pode ter como resultado o agravamento de doenças, o desencadeamento de novas, a dependência química ou o óbito, pois nem sempre a substância utilizada é apropriada para determinadas moléstias. Ademais, a utilização indiscriminada e inadequada de certos tipos de drogas pode implicar em desastres biológicos. Exemplos disso é o surgimento de superbactérias que provocam a morte de pessoas em curto intervalo de tempo e surgem pelo uso incorreto de antibióticos que, por sua vez, selecionam bactérias mais resistentes no meio. Logo, os impactos do hábito da automedicação afetam diretamente a saúde da própria população. Diante disso, para que os impactos da automedicação sejam erradicados é preciso eliminar as causas que levam a mesma. Em primeiro lugar é preciso que o Governo Federal invista pesadamente no sistema de saúde pública, desde a formação de médicos até a infraestrutura de hospitais e postos de saúde, a fim de garantir à população a facilidade de atendimento médico e, consequentemente, proporcionar o uso adequado de medicamentos. Por fim, é imprescindível qeu o poder legislativo, auxiliado pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), crie leis mais rígidas em relação da venda de medicamentos, com a finalidade de promover o maior controle desses e, assim, diminuir a automedicação. Só assim, o pais, no futuro, não terá como um problema as consequências dessa escolha, aparentemente, cômoda.