O Brasil é um dos países que mais consomem medicamentos no mundo. Isso se evidencia devido ao hábito do povo brasileiro de automedicar-se, haja visto sua cultura ancestral indígena que utilizava-se de ervas para curar doenças em consonância com a forte influência da propaganda que incentiva o uso de remédios. Em ambos os casos, potencializa o uso indiscriminado de fármacos, podendo levar a sérios problemas de saúde, inclusive a morte. A prática de consumir remédios sem o aconselhamento médico está enraizada no comportamento do brasileiro e advém da influência indígena que comumente utilizava-se de ervas para tratar doenças. Segundo o suíço Carl Jung, as pessoas herdam uma predisposição para reagir ao mundo da mesma forma como os seus ancestrais faziam e essa herança estaria no inconsciente coletivo das sociedades. O conceito proposto pelo psicanalista reforça a origem da população brasileira de automedicar-se, contudo, as pessoas não estão cientes dos riscos que essa atividade pode provocar, podendo provocar o agravamento de doenças e até mesmo desenvolver novas patologias. Outrossim, a publicidade utiliza-se da persuasão para incentivar o consumo de analgésicos, anti-inflamatórios e entre outros, levando as pessoas à adquirirem o produto farmacêutico sem o devido aconselhamento médico. Para Kotler, profissional da área de marketing, a comunicação tem como o objetivo encantar o seu público alvo e nos comerciais de medicamentos é exatamente isso que ocorre, sendo comum a mensagem que o produto trará uma melhora quase que instantânea. Essa rápida eficácia, pode não ocorrer para todas as pessoas, tendo em vista, que cada indivíduo apresenta um problema particular que somente um profissional da área da saúde pode indicar o melhor tratamento, ademais, o uso inadequado de drogas pode conduzir à intoxicação e até mesmo levar o indivíduo ao óbito. Dessa forma, o hábito da automedicação do povo brasileiro é uma prática que está em seu inconsciente coletivo e é fortalecido com a intensa publicidade de medicamentos. Uma forma de diminuir essa prática é conscientizar a população, ampliando a divulgação nos meios de comunicação, aliado ao treinamento de médicos e farmacêuticos, que podem auxiliar distribuindo cartilhas e aconselhando pacientes e clientes quanto aos riscos do consumo inapropriado de remédios. Ainda, o governo precisa intensificar a fiscalização da venda de produtos que só poderiam ser vendidos com prescrição médica, aplicando multas e visitando estabelecimentos comerciais e páginas da web, a julgar que em farmácias e internet ainda é possível adquirir esses produtos. Ações simples, mas que podem salvar muitas vidas.