Título da redação:

A automedicação e suas consequências

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 25/03/2016

A automedicação pode ser vislumbrada como uma questão instaurada na sociedade, de cunho atemporal e social, posto que até os primórdios já utilizavam de fitoterápicos. Atualmente, os medicamentos, em grande parte dos lares ao redor do mundo, podem ser encontrados na famigerada "farmácia caseira". Esse comportamento advém da confiança que os indivíduos possuem para sanar seus problemas sem o devido aconselhamento ou respaldo médico. O uso de medicamentos de modo indevido é considerado um imbróglio para a saúde pública mundial, posto que 50% dos medicamentos são dispensáveis ou vendidos de forma inadequada. A Organização Mundial da Saúde ratificou, na Conferência de Nairóbi em 1985, que é considerado uso racional de fármacos se as particularidades de cada indivíduo forem respeitadas, ou seja, que a utilização seja feita a partir da prescrição médica, com a dosagem e a periodicidade do tratamento corretas. O consumo inapropriado de remédios pode ocorrer de variados modos, tais como, prescrições sem parâmetros clínicos corretos; pelo uso de antibióticos em doses incorretas ou para o tratamento de infecções não-bacterianas, o que resulta em cepas de bactérias mais resistentes; pela ingestão concomitante de fármaco, o que pode propiciar a anulação do efeito do medicamento, a sobrecarga de órgãos como fígado e estômago, entre outros. Dessa forma, pode-se aferir que o uso, aparentemente inofensivo, de medicamentos pode acarretar em complicações clínicas ou, até mesmo, causar dependência física e psicológica. Para solver a problemática da automedicação, deve-se, em primeira instância, conscientizar a sociedade sobre os riscos envolvidos nesse comportamento tão comum e inócuo. Para realização de tal ação, os órgãos governamentais competentes, como o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), desenvolver materiais e também promover palestras e debates para esclarecer à população sobre os perigos envolvidos na automedicação, uma vez que até estudiosos que viveram em séculos anteriores, já possuíam conhecimento referente às complicações relacionadas ao uso indevido de medicamentos, como é visível na seguinte afirmação escrita no século XV: "a dose correta é o que diferencia um remédio de um veneno".