Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: As dificuldades enfrentadas pelos jovens no processo de inserção no mercado de trabalho

Redação enviada em 17/05/2017

"O Brasil é o país do futuro, sempre". A atemporal sentença do escritor Millôr Fernandes aplica-se plenamente ao crítico cenário, não recente, mas bastante atual, da inserção dos jovens brasileiros no mercado de trabalho. Nesse panorama, na medida em que, a cada ano, aumenta o número de novos profissionais graduados que não encontram emprego, evidencia-se a necessidade de debates acerca da negligência da preparação acadêmica e da falta de credibilidade de algumas universidades. É indubitável que a supervalorização da teoria em detrimento do exercício prático é um fator determinante para o entrave na introdução dos jovens no mercado de trabalho. Nesse contexto, o baixo investimento na preparação para a atuação prática, que agravou-se com a recessão econômica do país, põe em risco o futuro dos graduandos e recém-formados. Dessa forma, sem a experiência pressuposta para o exercício profissional, o índice de jovens de até 24 anos empregados em 2016 decresceu 8,4%, segundo o PNADC. Nesse sentido, a consequência da tardia, escassa e insuficiente participação dos jovens em estágios, projetos e bolsas é a alocação em subempregos e a frustração profissional. Ademais, é inquestionável que o grande número de faculdades particulares que não possuem uma boa nota na avaliação do Ministério da Educação (MEC) é preponderante para o problema. Nesse âmbito, tendo em vista que as empresas prezam pela contratação de pessoas formadas por universidades bem conceituadas, grande parte do imenso contingente de alunos ou profissionais provenientes de instituições particulares, à distância ou não, tem maiores dificuldades para empregar-se. Essa grande massa de mão-de-obra rejeitada pelas empresas é fruto da pouca exigência, pelo MEC, de qualidade educacional e implica em prejuízos econômicos e sociais. É indispensável, portanto, para sanar o impasse do crítico cenário da inserção dos jovens brasileiros no mercado de trabalho, o engajamento de setores do poder público. Para esse fim, a intervenção cabível ao Governo Federal é a disponibilização de maiores verbas e a otimização da gestão desses recursos, por meio da ampliação do programa de bolsas para estágios em empresas, laboratórios e hospitais e de sua aplicação já a partir do segundo período acadêmico. Além disso, o Ministério da Educação deve adotar pré-requisitos, como nota mínima, e realizar exames mais frequentes para a avaliação dos alunos de universidades particulares, sob pena de impedir o funcionamento das que não estiverem aptas a formar profissionais. Desse modo, será dado um significativo passo rumo ao Brasil tanto almejado por Millôr.